Depois da fracassada primeira versão, o novo “O Esquadrão Suicida” chega aos cinemas renovado, com extensas cenas violentas e histórias prontas para se tornar uma franquia —mesmo menos estrelado que o filme de 2016.
O escolhido para organizar a história e dirigir um novo capítulo da trama, que estreia nesta quinta, dia 5, foi James Gunn, conhecido por inovar em “Guardiões da Galáxia Vol. 2”, da concorrente Marvel, e também por ser demitido ao fazer piadas sobre estupro e pedofilia em sua conta no Twitter.
Em “Guardiões”, ele conseguiu deixar o enredo pronto para ser encaixado no Universo Cinematográfico da Marvel, que finalizou sua primeira fase em “Vingadores: Ultimato”, de 2019. Era o que a DC precisava.
No reboot dos vilões, lançado apenas cinco anos depois do primeiro, Gunn excluiu o que deu errado no primeiro filme e fez uma versão bem mais fiel ao que os fãs esperavam, mais sombria, engraçada e com cenas dignas de uma produção para adultos.
Entre o que deu certo no primeiro longa e que retorna neste, está a implacável Amanda Waller, personagem vivida por Viola Davis e que segue o mesmo processo da primeira trama, reunindo os vilões para uma missão impossível, ameaçando explodir a cabeça deles caso não concordem.
A grande mudança é, na verdade, a ausência de Will Smith, que teve pouco protagonismo na primeira trama na pele do Pistoleiro. No seu lugar, o ator Idris Elba o substitui com uma história muito parecida, mas vivendo outro personagem, o Sanguinário. Em entrevista ao site Screen Rant, o produtor Peter Safran deu a versão oficial para a troca e disse que a equipe tentou manter Smith, mas que a agenda do ator não coincidiu com as datas de gravação.
Outra mudança é como Arlequina, a anti-heroína interpretada por Margot Robbie, aparece no novo enredo: menos sexualizada e com uma história com mais profundidade, distante do personagem bobo e das roupas curtas da primeira versão.
Desta vez, a história é dividida em partes bem demarcadas com letreiros. A separação em capítulos, aliado aos momentos de violência exagerada, lembram os filmes do cineasta Quentin Tarantino e se distanciam do primeiro “Esquadrão”, que optou por um clima mais leve.
Tradicional nas produções de James Gunn, a trilha sonora está mais uma vez eclética e, desta vez, com música brasileira. Em um das cenas importantes, a música “Quem Tem Joga”, da cantora Drik Barbosa, em parceria com Karol Conká e Gloria Groove, é tocada na íntegra.
A participação brasileira não aparece só na trilha. A atriz Alice Braga surge como uma guerrilheira na floresta de uma remota ilha.
Por falar em guerra, a quantidade de corpos dilacerados, tripas voando e pessoas sendo comidas vivas por um tubarão meio humano chega a ser assustadora, o que demarca uma maior separação entre o novo longa e a produção anterior.
Se o primeiro era morno e não se aprofundava em nenhuma história, o novo penetra em cada personagem e joga luz sobre diversos figurantes que, a princípio, pareciam anônimos, mas que ganham pequenas cenas com interações com os anti-heróis principais --mesmo que essa atuação seja rapidamente seguida de uma morte horrível.
Com um espetáculo mais engraçado e sangrento, o novo “O Esquadrão Suicida” aposta em um público mais velho. O primeiro filme, disponível na Netflix, tem classificação 12 anos, enquanto o novo não foi considerado próprio para menores de 16 anos.
E não custa lembrar que a história não termina quando começam a subir os créditos. Uma cena importante, que deixa claro que a trama terá uma sequência, surge após o final de todo o carrossel de cartas.
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