Mestre do tango, Piazzolla é tema de debate em São Paulo

Crédito: Reprodução
Astor Piazzola (foto) é tema de debate gratuito na Livaria da Vila (zona oeste da cidade), que acontece neste sábado (11), às 11h

Neste sábado (10), acontece debate gratuito sobre o argentino Astor Piazzolla (1921-1992), na Livraria da Vila, unidade Fradique Coutinho (zona oeste de São Paulo), às 11h.

Ministrado pelos professores da PUC-SP, o historiador Antonio Rago e o psicanalista Oscar Cesarotto, a apresentação, que versa sobre a história do tango e a obra de Piazzolla, será uma boa oportunidade para quem não é familiarizado com o tema.

Já os iniciados poderão, também, discutir sobre o assunto.


SAIBA MAIS SOBRE A ORIGEM DO TANGO:

Buenos Aires e São Paulo têm algo em comum. São cosmopolitas e abrigam várias culturas de origem estrangeira, o que engendrou algumas formas especiais de arte. Assim como o maxixe brasileiro, o tango argentino, em seu nascedouro, foi execrado pelas elites e surge colado às necessidades vitais das camadas marginalizadas, no "fim do mundo".

"O tango, em princípio e em definitivo, é a vibração subliminar de Buenos Aires, a trilha sonora da cidade, o sentir de seus habitantes, ontem e hoje. Nunca teria existido fora do contexto portenho, seu nicho original. De lá partiu, certa feita, para conquistar o mundo", conta Oscar Angel Cesarotto, na sua obra "Tango Malandro".

O gênero musical tem influência de vários grupos étnicos, inclusive da música judaica. A palavra tango é de origem africana, que significa algo como dançar aos sons dos tambores, e tem uma letra baseada no lunfardo, muitas delas subliminarmente cifradas.

Crédito: Daniel Merle/Reuters
Astor Piazzola é tema de debate gratuito na Livaria da Vila (zona oeste da cidade), que acontece neste sábado (11), às 11h

Lunfardo era o jargão, a gíria do submundo, a base poética do som "tanguero". Nesse contexto, o estilo foi disseminado ao ponto de alcançar a metrópole. Paris, no início do século 20, torna a música portenha um fenômeno internacional.

Foi um passo para o principal expoente tanguero ser um astro universal. Carlos Gardel, cujo sobrenome francês era Gardès, e que ao lado de um brasileiro, Alfredo Le Pera, compôs músicas como "Mi Buenos Aires Querido", "El Dia que Me Queiras", entre tantas outras. Mas, o tango se modernizou. Músicos como Julio de Caro, Aníbal Troilo, Carlos García, Atílio Stampone, Osvaldo Pugliese, Horacio Salgán, Rodolfo Mederos e, em especial, Astor Pantalleón Piazzolla, com pequenos agrupamentos musicais, sofisticaram esse gênero musical.

E o bandoneon, instrumento de origem alemã, cujo som se assemelha a um órgão de igreja, dá a identidade a essa cultura portenha, a sonoridade que traduz as paixões e a nostalgia.

Segundo o cineasta argentino radicado em São Paulo, Maurício Berú, fundador da Academia Brasileira de Tango, "o bandoneon é a voz do tango, sem a sua presença não há tango. Ele está tão integrado a nossa existência que não podemos separá-lo da nossa história".

Acesse o site Catraca Livre para saber informações sobre eventos gratuitos ou populares.

Livraria da Vila - r. Fradique Coutinho, 915, Pinheiros, zona oeste, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/113814-5811. Sáb. (10), das 11h às 13h. Livre. Grátis.

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais