Ao todo, a delegação brasileira das Paralimpíadas de Paris é formada por 255 paratletas. Mas um deles em especial deve chamar a atenção do Centro Paralímpico Brasileiro: o maranhense André Martins, 21, que vai disputar a bocha, é o primeiro paratleta nos Jogos que saiu da Escola Paralímpica de Esportes do CPB —ou como eles chamam, a Escolinha, criada em 2018.
Diagnosticado aos 5 anos com distrofia muscular de Duchenne (doença neuromuscular genética), Martins ficou cinco anos na Escolinha, entre 2018 e 2023. Ele vai disputar a competição na França na classe BC4 (para atletas com deficiências severas, mas que não recebem assistência).
"Para mim, é motivo de alegria e satisfação ter conhecido a Escolinha, que abriu as portas para o esporte. Eu mesmo não tinha noção de que poderia ser um atleta", diz.
Se pessoas sem deficiência convivem com os diferentes esportes desde cedo, jovens com alguma deficiência têm dificuldades de encontrar um lugar preparado para dar aulas adaptadas, que atendam a suas limitações motoras ou sensoriais. Mesmo na disciplina de educação física, nas escolas públicas, raramente há atividades esportivas que incluam essas crianças.
Em São Paulo, algumas organizações, como o Instituto Baccarelli ou o Olga Kos, fazem parcerias com a prefeitura para fornecer paradesportos a crianças e jovens adultos. Já o Sesc incluiu atividades paralímpicas no projeto Se Joga nos Jogos, com esportes como badminton e voleibol sentado.
Algumas unidades ainda transmitem as Paralimpíadas, que começaram 28 de agosto e vão até 8 de setembro.
Veja a seguir locais que oferecem esportes para pessoas com deficiência na capital.
Associação Moacyr de Judô
Criada há mais de 50 anos pelo sensei Moacyr, a associação mantém uma parceria com a Secretaria de Esporte da Prefeitura de São Paulo e também com a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais. As atividades de judô são inclusivas e mesclam na turma pessoas com e sem deficiência visual.
Qualquer um pode frequentar as aulas gratuitamente, desde crianças de cinco anos até atletas de alto rendimento. Para isso, basta fazer a carteirinha da prefeitura. Três judocas da associação integram a delegação paralímpica em Paris.
Centro Esportivo da Mooca - r. Taquari, 635, Mooca, região leste, tel. (11) 2694-7668. Seg. a qua., às 18h30 (5 a 7 anos). Ter. e qui., às 18h30 (8 a 12 anos). Seg. a qui., às 19h30 (acima de 13 anos)
Escola Paralímpica de Esportes
A Escolinha foi criada em 2018 nas dependências do CPB, um dos principais complexos do mundo voltado para a prática do paradesporto. O espaço, que inclui alojamento, já sediou vários torneios internacionais e é a principal base de preparação de paratletas para competições olímpicas e mundiais.
O lugar, acessível por ônibus do metrô Jabaquara, é um dos raros centros para integrar crianças com deficiência ao esporte desde a infância, a partir dos sete anos. A Escolinha ensina a prática de diferentes modalidades e encaminha os alunos dependendo de seus gostos e aptidões.
Atualmente, o espaço oferece aulas de 15 modalidades, todas do programa paralímpico: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Além de ser gratuito, o CPB oferece transporte para cidades vizinhas e fornece uniforme e lanche para os alunos.
CPB - rodovia dos Imigrantes, 11,5 km, Vila Guarani, região sul. cpb.org.br
Instituto Baccarelli/CEUs
Conhecido por seu trabalho de inclusão na área musical, o Baccarelli também atua na esfera dos paradesportos, em parceria com o CPB (Centro Paralímpico Brasileiro) e com 12 unidades dos CEUs, administrados pela Prefeitura de São Paulo, em diferentes regiões da capital.
Todas as modalidades são 100% gratuitas e não é necessário ter experiência. A partir dos sete anos, alunos e alunas são direcionados de acordo com a familiaridade em cada modalidade. São quatro esportes: bocha (na unidade do Parque Novo Mundo), badminton (Carrão), atletismo (Freguesia do Ó) e natação (Arthur Alvim, Tremembé, Parque do Carmo, Pinheirinho, São Miguel e Taipas, entre outros).
Instituto Baccarelli - estrada das Lágrimas, 2.317, Heliópolis, região sul, tel. (11) 3506-4646. Veja todas as unidades dos CEUs em institutobaccarelli.org.br/ceus
Instituto Olga Kos
Referência na inclusão de pessoas com deficiência ou em situação de vulnerabilidade, o instituto promove em 1º de dezembro, pela décima vez, a corrida Inclusão a Toda Prova, no parque Ibirapuera. Neste semestre, a organização também fez parceria com a prefeitura para oficinas de taekwondo no CEU Campo Limpo (região sul), com a presença de pessoas com deficiência.
Instituto Olga Kos - av. São João, 313, região central, tel. (11) 3081-9300. institutoolgakos.org.br
Pinheiros
Um dos principais locais de treinamento de atletas olímpicos, o Pinheiros, assim como outros grandes clubes de São Paulo, ainda está engatinhando em projetos paralímpicos e busca parcerias para poder aumentar seu quadro. Hoje o clube trabalha com atletas de alto rendimento em três modalidades: paraesgrima, pararemo (com atletas nos Jogos de Paris) e paratletismo.
Esporte Clube Pinheiros - av. Brigadeiro Faria Lima, 2.338, Jardim Paulistano, região oeste, tel. (11) 3598-9700. ecp.org.br
Sesc
As atividades esportivas já fazem parte da programação das unidades do Sesc, mas durante as Paralimpíadas haverá uma agenda especial do projeto Se Joga nos Jogos.
No sábado (31) e no domingo (1º), o Sesc Santo Amaro organiza dinâmica gratuita de voleibol sentado, com desafios dos fundamentos da modalidade. Aberta para todos acima de seis anos, acontece das 15h30 às 18h30.
Várias unidades do Sesc também reservam espaços para a transmissão da cerimônia de abertura e das competições paralímpicas, como Campo Limpo, Interlagos e Belenzinho. O site da instituição destaca mensalmente a nova programação.
Sesc Santo Amaro-r. Amador Bueno, 505, Santo Amaro, região sul. Veja o endereço de outras unidades em sescsp.org.br
23h00
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