Alice Caymmi, 29 anos, inicia a turnê do álbum "Electra" com duas apresentações no Centro Cultural São Paulo. Nesta terça (18) e na quarta (19), ela leva ao palco da Sala Adoniran Barbosa um show calcado em voz e piano, formato no qual gravou o disco.
Lançado em maio, o CD traz versões para canções de grandes nomes da MPB, mas passa longe de soar óbvio. Acompanhada somente pelo pianista Itamar Assiere, Alice interpreta músicas esquecidas e outras não tão conhecidas do grande público sem se atentar aos arranjos originais.
Assim, ela traz ao século 21 "Diplomacia", de Maysa (1936-1977), cuja letra diz "Pouco importa a razão da verdade/Que impede a felicidade/De morar no meu coração". E coloca seu grave vocal a serviço de "Mãe Solteira", de Tom Zé e Elton Medeiros, que o artista baiano gravou em "Estudando o Samba", de 1976.
Alice ainda dá cadência de sambista a "Aperta Outro", composição de seu pai, Danilo Caymmi, com Ana Terra, e resgata "Pelo Amor de Deus", de Tim Maia (1942-1998).
Outro destaque do projeto é "Fracassos". Nela, a cantora abaixa o tom para contar a história de amor cheia de drama criada pelo cearense Raimundo Fagner.
"Electra" foi gravado em dois dias no Red Bull Studio, em São Paulo, e é o quarto disco da neta de Dorival Caymmi (1914-2008). Os outros três são "Alice Caymmi" (2012), "Rainha dos Raios" (2014) e "Alice" (2018).
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