Após carreira muito bem-sucedida em festivais nacionais e internacionais, "O Som ao Redor" estreou comercialmente nesta primeira sexta-feira (4) de 2013.
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Ao se aproximar corajosamente de uma série de elementos constantes no cinema contemporâneo --histórias que se cruzam, narrativa centrada em personagens arquetípicos, uso abusivo do extracampo, pontas que se amarram somente no final--, o diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho (ex-crítico) driblou as possíveis armadilhas e fez um filme envolvente e astucioso sobre moradores de um bairro de classe média de Recife.
Há o mandachuva do pedaço, um coronel urbano, proprietário de quase todo o quarteirão. Há também a dona de casa de hábitos "sui generis", o morador socialmente justo, o playboy que furta carros por diversão e o novo segurança da rua com seus asseclas.
À maneira da diretora argentina Lucrecia Martel, "O Som ao Redor" deixa-se iluminar por adoráveis detalhes, como quando algumas meninas brincam de falar igual aos personagens de filmes dublados (num curioso eco das meninas que cantam na frente de um ventilador em "O Pântano", filme de estreia de Martel).
Esse tipo de arejamento narrativo, aliado ao incrível domínio da técnica, faz com que "O Som ao Redor" arrebate espectadores dos mais diversos gostos.
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