Não se sabe ao certo o que faz a personagem de Juliette Binoche em "Mil Vezes Boa Noite". O filme começa no meio de uma guerra, em um deserto. Aos poucos, o espectador vai se informando sobre o que ela faz, onde ela está e, assim, vai conhecendo sua história.
A atriz francesa faz o papel de Rebecca, uma fotojornalista especializada em guerra que não se intimida em passar o que for preciso para conseguir os melhores ângulos e as melhores imagens que podem ser publicadas principalmente por jornais nos EUA.
Casada com um professor (Nikolaj Coster-Waldau) e mãe de duas filhas, Rebecca vive na Irlanda e se orgulha do trabalho, mas sabe que não consegue dar a atenção necessária a sua família. E ela é cobrada por isso.
Uma das cenas mais chocantes do longa dirigido pelo norueguês Erik Poppe ("Hawaii, Oslo") é quando muitas mulheres se juntam para rezar, em Cabul (Afeganistão), enquanto amarram um cinturão de dinamites em uma delas.
As cenas de guerra são bem construídas pelo realizador, mas a discussão do drama é outra: é sobre as mulheres que escolhem entre a carreira e a maternidade, mesmo que os filhos já estejam grandes.
Neste caso, a tinta ganha mais intensidade quando coloca a mãe de família em risco em um local povoado por fanáticos e perigo.
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