'Bikes vs Carros' mostra a convivência dos veículos nas cidades

A discussão sobre a implantação das ciclovias nas cidades e o compartilhamento das vias entre bicicletas e automóveis ganhou espaço no cinema. O documentário "Bikes vs Carros", do diretor sueco Fredrik Gertten, mostra como as pessoas convivem quando o assunto é mobilidade.

Embora hoje as ciclovias já sejam uma realidade em São Paulo –com seus prós e contras–, o longa retrata cenas anteriores à implantação da faixa exclusiva para bicicletas na cidade e como cada cidade lida com a implantação das faixas. Além da capital paulista, estão no filme Los Angeles (EUA), Toronto (Canadá), Berlim (Alemanha) e Copenhague (Dinamarca).


Com depoimentos de ativistas e especialistas, o documentário usa mais as palavras dos entrevistados do que as imagens para contar a história, deixando o longa um pouco cansativo. É como se o espectador pudesse apenas ouvir para entender o que está acontecendo. Há, porém, cenas de congestionamentos de veículos retratando o caos e da rotina de ciclistas pedalando no meio das ruas.

No filme de Gertten, enquanto a arquiteta e urbanista brasileira Raquel Rolnik dirige o seu carro pelas ruas de São Paulo, expõe que as grandes cidades, criadas para os automóveis, já estão saturadas.

Em Los Angeles e em Berlim, o longa mostra o culto ao carro. Insinua, ainda, que a diminuição do uso do automóvel não vai pra frente porque existem interesses políticos e comerciais por trás.

Já em Toronto, o prefeito, que argumenta ser contra as ciclovias "pois o clima da cidade não é o da Flórida", retira as faixas exclusivas para as bicicletas e abre mão da taxa anual de licenciamento dos veículos.

Para provar que as montadoras influenciam na política urbana das cidades, o longa mostra Copenhague, uma cidade plana com mais de mil bicicletas rodando e acrescenta que, lá, não há indústria automobilística.

"Bikes vs Carros" pode até ter boa intenção ao propor o debate sobre a importância das bicicletas e das ciclovias na cidade em detrimento dos carros. Porém, peca ao ser tendencioso e não ir além. Os argumentos hoje devem girar em torno de como será feita a adaptação para todos conviverem bem e conseguirem ir de um ponto a outro da maneira como preferirem, seja de bike, carro ou transporte coletivo.

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