CRÍTICA: Com cara de filme B, 'A Torre Negra' traz velho embate do bem contra o mal

A torre negra  [The Dark Tower, Estados Unidos, 2016], de Nikolaj Arcel (Sony). Genero: acao. Elenco: Idris Elba, Matthew McConaughey, Tom Taylor (IV). 3D. ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUT
Idris Elba e Matthew McConaughey em 'A Torre Negra' - Divulgação


A TORRE NEGRA (regular) 
(The Dark Tower) 
ELENCO Idris Elba, Matthew McConaughey e Tom Taylor 
PRODUÇÃO EUA, 2017, 12 anos 
DIREÇÃO Nikolaj Arcel
Veja salas e horários de exibição.


Uma das coisas que fazem "A Torre Negra" parecer melhor é seu aspecto de filme B. O longa de Nikolaj  Arcel foi baseado em uma série literária de Stephen King e une doses cavalares de fantasia bizarra ao velho embate do bem contra o mal.

Na trama, uma torre negra protege todo o universo. Walter (Matthew McConaughey), uma espécie de semideus das trevas, faz o possível para derrubá-la, ficando, assim, como o senhor do universo.

Para isso, ele precisa raptar crianças, pois só almas puras teriam a força para destruir a torre. Uma dessas crianças é Jake Chambers (Tom Taylor), que passará a ser perseguido, em nosso mundo, por figuras de pele falsa controladas por Walter.

Quem ajuda o pequeno Jake a enfrentar Walter e salvar o planeta é Roland (Idris Elba), um pistoleiro possuído pelo desejo de vingança e imune à magia de Walter.

Os bons lutam para proteger a torre, prolongando assim a harmonia universal. Mas devem esquecer problemas pessoais e se concentrar na manutenção da paz, ameaçada pela invasão do mal.

Os maus, por sua vez, soam meio desajeitados. Tirando Walter, criatura que parece invencível e muito consciente do que quer, todos à sua volta são meio atabalhoados e mal conseguem disfarçar o incômodo com a pele que habitam.

Lembro de um filmaço de Kiyoshi Kurosawa chamado "Charisma" (1999), em que uma árvore mítica está no meio de uma disputa entre os que querem preservá-la e os que querem derrubá-la. Kurosawa, um dos maiores cineastas dos últimos anos, não é maniqueísta, ao contrário de Nikolaj Arcel e Stephen King. Para estes últimos, o mundo se divide mesmo entre bons e maus, entre mocinhos e vilões.

O maior problema, contudo, é que, depois de um tempo, a trama de filme B começa a se tornar um tanto exagerada, em desacordo com sua vocação inicial. Talvez para dar margem aos obrigatórios efeitos especiais que todo filme hoje em dia deve ter.

A torre é responsável pela paz universal. Mas, pelo que vemos no filme, uma coisa ao menos ela já perdeu: a capacidade de proporcionar divertimento de qualidade.

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