Capa do "Guia": roteiro com 12 igrejas e espaços religiosos repletos de arte e cultura

O papa Francisco não vem a São Paulo, mas centenas de peregrinos do Brasil e de outros países aproveitaram a Jornada Mundial da Juventude para visitar as igrejas, catedrais e outros espaços religiosos que são marcos da capital paulista.

O "Guia" apresenta, abaixo, um roteiro para conhecer os principais templos cristãos da cidade e destaca detalhes que merecem atenção, como quadros, esculturas e afrescos produzidos por importantes artistas nacionais e estrangeiros.


Os passeios também ajudam a entender a história paulistana, que foi fundada em frente a uma capela e cresceu ao redor das igrejas, hoje apertadas entre os prédios, mas que ainda servem como portas para o mundo da arte e da cultura.


Catedral Metropolitana Ortodoxa
A imponente arquitetura da catedral, construída na década de 1940, chama atenção: além de ser um exemplo de construção bizantina, o templo foi erguido como uma réplica da Basílica de Santa Sofia, um dos símbolos de Istambul, na Turquia. O interior possui pinturas de artistas de diversas partes do mundo, mas o grande destaque é o iconostácio (peça que divide o altar), feito de mármore e que possui 65 ícones.
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Capela de São Miguel Arcanjo
A construção também é conhecida como Capela dos Índios, pois foi construída pela tribo dos guaianases, em 1622, sob orientação do bandeirante Fernão Munhoz. No século 18, foi parcialmente reformada pelos franciscanos e, na década de 1930, passou por uma restauração. Nessa reforma, foram encontradas pinturas do período colonial e obras de arte barroca. O espaço é para fins religiosos apenas aos sábados, com uma missa às 19h.
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Igreja de Santo Antonio
Com estrutura de pau a pique na construção original, é uma das mais antigas igrejas de São Paulo, com registros datados do século 16. Em 1970, foi tombada como patrimônio cultural pelo Condephaat. Na restauração, em 2005, foram encontradas intervenções de diferentes épocas. Optou-se por recuperar as feições barrocas, como os matizes vermelho, amarelo e dourado utilizados no altar-mor, e a representação de anjos pintados no teto, do século 17. Duas esculturas que contam a história do lugar são a do primeiro bispo de São Paulo, Dom Bernardes Rodrigues Nogueira, realizador da primeira grande reforma da igreja, em 1717, e a de Nossa Senhora do Rosário, de onde origina o primeiro nome da capela, Confraria Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos.
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Igreja de São Francisco de Assis
Construída em taipa de pilão (barro, pedriscos e óleo animal), a igreja foi fundada em 1647 por sete religiosos franciscanos, recém-chegados em São Paulo. O primeiro nome do espaço, que formava todo o complexo onde hoje está a Faculdade de Direito da USP, foi Convento de São Francisco e de São Domingos. No final dos anos 1800, a igreja sofreu um incêndio no qual foram salvas apenas as paredes e a imagem de São Francisco, o que levou a uma reforma que mudou sua fachada, passando do estilo jesuítico para o estilo barroco. Dois ilustres moradores do convento foram Frei Galvão, na primeira fase, e o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, que transformou o convento em santuário na década de 1990. Visite a estrutura atual do convento, construída em 1941, na parte dos fundos da igreja, utilizada até hoje. Outra curiosidade: no subsolo, funciona a padaria do convento que, diariamente assa pães variados e os vende na porta da igreja.
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Paróquia Nossa Senhora do Brasil
O complexo artístico da igreja tem como destaque as obras do pintor e ceramista Antonio Paim Vieira. O teto traz reproduções de pinturas da Capela Sistina, do Vaticano. Nos corredores, a via-sacra está representada em pinturas em azul e branco sobre azulejos, remetendo às igrejas portuguesas e no teto do altar-mor a pintura destaca referências brasileiras, como índios, onças e pássaros. Visite também a Capela da Ordem de Malta. De origem medieval, a Ordem dos Cavaleiros de Malta foi fundada no século 12 e mantinha hospitais para cristãos que defendiam os lugares sagrados contra a incursão de muçulmanos. Sem finalidades militares, hoje a ordem desenvolve atividades socioeducativas em mais de 50 países.
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Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Com mais de 60 anos, a charmosa paróquia ocupa um terreno em frente à praça Desembargador Manoel Gomes de Oliveira, no Jardim Paulistano. Num ambiente simples, de vitrais ovalados, piso frio e teto de madeira, há cerimônias de casamento, celebração de missas e uma animada festa junina no meio do ano. Os afrescos no alto da construção, tanto na ala esquerda quanto na ala direita, foram pintados pelo artista romeno radicado no Brasil Samson Flexor (1907-1971), um dos pioneiros da arte abstrata no país. Composto de 196 personagens, o mural representa cenas da Paixão de Cristo e uma fila de devotos e levou cerca de seis anos para ser finalizado. O segredo oculto na obra é que o pintor usou moradores da região e amigos pessoais como modelos para os retratos. O próprio Flexor está ali registrado atrás de um cavalete.
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