A matriarca italiana, que supera as agruras da vida para dar o melhor a seus filhos, é uma figura muito presente no cinema do país europeu. Basta pensar na atriz Anna Magnani em "Mamma Roma" (1962), um dos primeiros longas de Pier Paolo Pasolini.
"Adorável Pivellina", em cartaz no Cinesesc (centro de São Paulo), resgata essa tradição. Dirigido pelo austríaco Rainer Frimmel e pela italiana Tizza Covi, o filme acompanha a trajetória do casal Patti e Walter, que encontra uma garotinha abandonada em um parque na periferia de Roma.
Após sair em busca de seu cachorro, Patti (Patrizia Gerardi) volta para casa com uma menina de dois anos no colo.
Resolve tratá-la como filha, apesar da objeção do marido (Walter Saabel), que preferiria entregá-la à polícia para evitar complicações.
Prevalece na narrativa um tom de documentário. As condições precárias da família, no entanto, são atenuadas por momentos líricos, quando, por exemplo, a menina se diverte com um mágico ao lado de Tairo (um jovem de 14 anos, amigo do casal) ou vai à praia em Ostia.
Com Walter distante, em busca de trabalho num circo, onde foi convocado para fazer um número com cabras, Patti assume o papel de mãe e pai, empenhada em disfarçar a qualquer custo da nova filha o sabor amargo da pobreza.
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