Assistir ao oitavo filme de uma franquia de sucesso no cinema costuma exigir paciência e boa vontade de quem tenta encontrar algo de bom nele. Mas "Velozes e Furiosos 8" chega a surpreender, positivamente. A morte do ator Paul Walker, que até o filme anterior interpretava um dos mocinhos da turma, não abalou o ritmo da aventura.
Difícil sentir falta de Walker com o desfile de carros possantes, garotas em trajes sumários e um trio de atores fortões: Vin Diesel (astro da série desde o início), Dwayne Johnson e Jason Statham. E esse dream team da testosterona enfrenta uma vilã capaz de dominar qualquer troglodita: Charlize Theron, que exibe uma maldade diretamente proporcional à beleza.
As tramas da franquia estão cada vez mais ambiciosas. Os filmes iniciais se contentavam em ser um retrato de rachas com os carros mais ferozes do planeta. Com o passar dos episódios, a coisa foi ganhando tamanho. A turma de motoristas audazes lideradas por Dom Turetto (Diesel) passou a formar um esquadrão de agentes secretos.
Eles vão de Cuba à Rússia gelada. No meio do caminho, param em Nova York para a sequência mais criativa e empolgante do enredo (e uma das melhores cenas de ação do cinema recente). Um hacker a serviço da vilã consegue assumir o controle remoto das centenas de carrões de Manhattan que têm esse dispositivo e joga todos em cima dos carros dos agentes.
É o maior dérbi de demolição da história, em imagens espetaculares. Outro ponto alto é quando os pilotos de Dom dirigem seus carros sobre o mar congelado e medem forças com um submarino nuclear. É ver para crer.
O roteiro é uma bobagem.
A vilã que pretende dominar o mundo chantageia Dom para que ele a ajude, mesmo que para isso tenha de enfrentar seus amigos. Assistir a cenas em que Vin Diesel faz um personagem em tenso dilema moral é torturante. No elenco, quem se salva é Charlize, malévola até a medula, e o inglês Jason Statham, o amigão de Sylvester Stallone na franquia Os Mercenários, que tem o papel mais engraçado entre os heróis.
"Velozes e Furiosos 8" é um filme de ação incessante, ancorado num roteiro raquítico. Como diversão, vale o ingresso. E vêm aí o nono e o décimo exemplares da série.
Avaliação: bom
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