Crítica: Em 'Rei Arthur' tudo é exagerado, da trilha sonora ao protagonista

Avaliação: bom 
Veja salas e horários de exibição.

"Rei Arthur - A Lenda da Espada" é daqueles filmes sem meio-termo. Ou gosta, ou não gosta. E há argumentos convincentes para qualquer lado da balança de opiniões.

Diretor que assina essa espécie de versão pós-moderna do mítico personagem, Guy Ritchie não mede esforços para impressionar a plateia.

Tudo na tela é hipérbole.

A potente trilha sonora e a overdose de efeitos especiais permeiam uma narrativa costurada num ritmo alucinante.

A edição, marcada por idas e vindas e cortes rápidos, não dá margem a respiros. Uma experiência vertiginosa, que hiperestimula os sentidos nos 126 minutos de projeção. Delírio para uns, martírio para outros.

O cartão de visitas do longa traz uma batalha épica com direito a elefantes gigantescos, na linha de "Senhor dos Anéis" ou de algum episódio de "Game of Thrones".

Daí em diante, o roteiro segue religiosamente a fórmula da jornada do herói. De zé-ninguém, Arthur (Charlie Hunnam) se transforma no lendário rei ao arrancar a Excalibur de uma pedra e superar incontáveis obstáculos.

Esqueça o loirinho franzino de "A Espada Era Lei" (1963), da Disney, ou o jovem medroso de "Excalibur" (1981), interpretado por Nigel Terry. O Arthur de Richie é pop, cheio de músculos e cheio de si.

Criado em um bordel depois de presenciar o assassinato dos pais, o pequeno órfão aprende a se virar. A bagagem das ruas o transforma em um homem destemido, sarcástico e excessivamente esperto, porém, incapaz de controlar os próprios fantasmas.

Encaixado no papel, Hunnam conta com a boa atuação de Jude Law (rei Vortigern) para dividir o peso da espada. Embora inescrupuloso, o vilão não é alheio às dores de suas escolhas, e Law consegue sustentar tal contradição.

O elenco tem ainda Djimon Hounson (Bedivere), Eric Bana (Uther) e Astrid Bergès-Frisbey (a maga). Entrosado, o time mantém o espectador conectado à trama de Rei Arthur, apesar de todos os excessos desse blockbuster.

E, só para constar, a tão comentada participação de David Beckham não chega a causar vergonha alheia, mas é tosca. Como ator, ele continua sendo um excelente ex-jogador de futebol.


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