Sam Raimi é um grande nome do cinema, como produtor e diretor. Tem no currículo êxitos como o terror “Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio” e a primeira trilogia de “Homem-Aranha”. Por isso, seu nome na produção do novo “O Grito” era esperança de alguma coisa boa na tela.
Bem, até Sam Raimi erra. E erra feio.
A ideia já não prometia muito: retornar à refilmagem americana do terror japonês “O Grito”, de 2002. O original tinha seus méritos apavorantes, mas o remake pouco assustava, lançado nos EUA dois anos depois com a estrelinha teen da época, Sarah Michelle Gellar.
Até que o diretor Nicolas Pesce, de currículo inexpressivo, procurou ganhar a plateia nos sustos nesse novo filme. As tentativas são abundantes, mas óbvias. Quem tem a mínima experiência assistindo a cinema de horror é capaz de prever o momento de cada “surpresa”. Para piorar, alguns desses truques não fazem o menor sentido no enredo.
Na verdade, pouca coisa faz sentido no roteiro. Talvez em busca de uma história mais “complexa”, o filme só consegue gerar confusão. A trama se passa em três tempos diferentes, com a ação em torno de uma casa amaldiçoada por uma entidade maligna.
Uma família foi trucidada dentro dela, com uma mulher matando marido e filho, e cometendo suicídio. Tempos depois, outra mulher mata o companheiro e também mais duas vítimas. Nos dias de hoje, uma policial investiga o local depois de mais um corpo encontrado. Ela irá se defrontar com a origem de todo esse mal.
Nessas idas e vindas da narrativa, o filme fracassa ao tentar criar uma trama minimamente empolgante. Não há encadeamento dos fatos, não há condução para algum clímax. Às vezes fica difícil saber em qual linha do tempo uma determinada cena acontece, mas o pior é perceber que quem está assistindo já desistiu de se preocupar com isso.
Como agravante, um elenco de rostos desconhecidos e sem o menor carisma. Impossível criar interesse no destino deles.
“O Grito” sobra como uma mancha considerável no currículo de Sam Raimi. Um amontoado de sustos, eficientes ou não, precisa de alguma história para amarrar a coisa toda.
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