Conheça cinco filmes de Steve McQueen, que ganha mostra de cinema em São Paulo

Toda filmografia do ator americano será exibida no CCBB a partir do dia 22 de fevereiro

São Paulo

Steve McQueen se opôs aos tradicionais mocinhos do cinema ao dar vida a anti-heróis. Foi uma espécie de símbolo da contracultura americana, eternizado em personagens como o ladrão de luxo em “Thomas Crown - A Arte do Crime”, de 1968, e o jogador de pôquer no longa “A Mesa do Diabo”, de 1965.

Se vivo, teria completado 90 anos no ano passado. Uma mostra em homenagem à carreira do ator morto em 1980 estava programada para 2020, mas foi atropelada pela pandemia do coronavírus. Quase um ano depois, o Centro Cultural Banco do Brasil inaugura, no dia 22 de fevereiro, a mostra “Steve McQueen - The King of Cool”.

A programação inclui todos os 26 filmes da carreira do ator. O nome da programação se deve ao fato de o ator ter sido uma espécie de rei dos descolados. “Ele vivia de uma maneira que a maioria dos homens gostaria de viver e a maioria das mulheres queria ver na pessoa que está ao lado”, resume o curador da mostra, Mario Abbade. “Não era o mais lindo, mas passava segurança, fazia esportes radicais, tinha dinheiro, carros velozes e mulheres bonitas”, resume. ​

Além da pinta de galã, o curador destaca outra contribuição de McQueen para o cinema e lembra como o ator foi um dos primeiros a entrar em confronto com roteiristas e diretores a respeito dos diálogos.

Ele achava desnecessário, por exemplo, anunciar em cena que ia pegar uma água e brigava por acreditar que os filmes, para soarem mais naturais, deveriam, simplesmente, mostrar o ator indo buscar um copo d'água. “Tem várias histórias famosas de atores que brigavam com roteiristas, mas o McQueen não queria mudar o texto, ele só não queria falar”, comenta Abbade.

À frente da mostra dedicada ao ator, Abbade também indica cinco filmes de McQueen.

Bullitt
Estados Unidos, 1968. Direção: Peter Yates. Com: Steve McQueen, Jacqueline Bisset e Robert Vaughn. 14 anos
A trama acompanha um policial cheio de coragem, mas sem glória, que tem como objetivo encontrar o responsável por matar duas testemunhas de um de seus casos. “Esse é o filme com a primeira perseguição de carro. Depois, qualquer filme de ação tinha perseguição de carro. Foi um divisor de águas”, comenta Abbade.


Sete Homens e Um Destino
Estados Unidos, 1960. Direção: John Sturges. Com: Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson. 12 anos
Sete pistoleiros são contratados por camponeses mexicanos para libertar a aldeia de bandidos que os oprimem. Para Mario Abbade, o filme mostra muito como Steve McQueen fez para chamar a atenção em um longa em que ele não era o protagonista. “Ele era o coadjuvante e ficava pensando o que poderia fazer em cena para chamar a atenção, daí enquanto outro ator dizia suas falas, McQueen mexia no chapéu, coçava o olho, deixava todo mundo maluco."


Fugindo do Inferno
Estados Unidos, 1963. Direção: John Sturges. Com: Steve McQueen, James Garner e Richard Attenborough. 12 anos
Baseado em fatos reais, o filme se passa em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial, onde aliados planejam a fuga de centenas de prisioneiros. Abbade lembra uma das cenas marcantes do filme, na qual há um salto de moto por cima da cerca do campo.


Papillon
Estados Unidos e França, 1973. Direção: Franklin J. Schaffner. Com: Steve McQueen, Dustin Hoffman e Victor Jory. Livre
Um homem faz amizade com um colega criminoso enquanto os dois cumprem pena numa ilha-prisão terrível. “Esse filme é importante porque mostra o primeiro prisioneiro que foge, não morre e vive até os 80 anos”, analisa o curador da mostra. “Além disso, foi um choque de interpretações com o Steve McQueen querendo falar o menos possível, enquanto o Dustin Hoffman, que é mais verborrágico, demorava horas para criar uma cena”, diz.


As 24 Horas de Le Mans
Estados Unidos, 1971. Direção: Lee H. Katzin. Com: Steve McQueen, Siegfried Rauch e Elga Andersen. Livre
Mario Abbade também indicou um dos maiores fracassos na carreira de McQueen. O filme, que beira um documentário, acompanha uma única corrida de automóveis desde o início. “Ele queria fazer um filme definitivo sobre o automobilismo, o que é muito legal para um documentário, não para um filme de ficção. Foi uma filmagem caótica, o diretor abandonou no meio, dizendo que estava muito velho e muito rico para isso”, conta Abbade. “Não tem história, é um filme visceral sobre o que é pilotar uma corrida, foi um fracasso de bilheteria, deu a maior dor de cabeça —o mais interessante é que os franceses amaram.”

Mostra Steve McQueen – The King of Cool
Centro Cultural Banco do Brasil - r. Álvares Penteado, 112, centro, tel. (11) 4298-1270. Seg. a sáb.: 10h às 18h. Grátis. A partir do dia 22/2 e até 29/3. É necessário fazer agendamento p/ eventim.com.br

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