Cinemas de SP não terão estreias nesta semana após o endurecimento da quarentena

É a segunda vez em menos de um ano que salas ficam sem novidades; a primeira foi em março

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São Paulo

Em meio ao endurecimento da quarentena decretado há pouco mais de uma semana pelo governador João Doria, do PSDB, os cinemas de São Paulo não terão nenhuma estreia de filme nesta semana.

De acordo com os principais exibidores da cidade, as distribuidoras desistiram de lançar suas produções porque as salas estão proibidas de funcionar durante os fins de semana —assim como tudo o que não é considerado atividade essencial, caso também dos restaurantes e bares, por exemplo.

Em relação aos cinemas, essa é a segunda vez em menos de um ano que os locais ficam sem estreias. Em março do ano passado, todas as salas não tiveram novos filmes, em um movimento que foi inédito na história do Brasil. Desta vez, a falta de novidades é mais restrita a São Paulo. Outras capitais poderão ter lançamentos de produções.

Na época, os cinemas paulistanos fecharam as portas logo em seguida e deixaram de funcionar por meses, o que não deve se repetir agora. As salas seguem funcionando durante os dias de semana, com filmes que estrearam recentemente —em São Paulo, a exceção é a rede Playarte, que fechou as portas por tempo indeterminado, à espera da normalização da situação.

A capital paulista é a praça mais importante de cinema do país. A decisão de não lançar filmes pode ser vista como uma estratégia das distribuidoras. Isso porque o sucesso de um novo longa é medido a partir da bilheteria que ele faz no primeiro fim de semana que fica em cartaz. Sem a possibilidade de sessões aos sábados e domingos, isso impactaria fortemente um título que resolvesse estrear.

"Lançar um filme com cinemas fechados aos finais de semana e nos dias de semana após as 20h é matar um filme. Suicídio financeiro e crime cultural, ninguém vai poder assistir, é melhor esperar para um momento mais adequado", diz André Sturm, diretor do cinema Petra Belas Artes.

Entre as novidades que estavam previstas para a semana, um dos destaques era o longa nacional “Veneza”, dirigido por Miguel Falabella, com elenco formado por Dira Paes, Carmen Maura e Eduardo Moscovis. A trama conta a história de Gringa, dona de um bordel que sonha em reencontrar o único homem que já amou. Mesmo muito doente, ela vai até Veneza pedir desculpas ao amante que abandonou anos atrás.

Outro que estava programado era “Berlin Alexanderplatz”, que integrou a 44ª Mostra de Cinema de São Paulo e acompanha um imigrante que, ao ser resgatado no sul da Europa, jura que será um novo homem. Porém, uma vez em Berlim, ele cai no conto do dinheiro fácil e acaba trabalhando em atividades ilegais.

O documentário “Aznavour por Charles”, que está em pré-estreia na cidade, também entraria oficialmente em circuito. O filme acompanha as filmagens feitas por Charles Aznavour numa câmera que ele ganhou de Edith Piaf, em 1948.

A medida de fechamento dos cinemas integra o plano de contingência contra o coronavírus do governo de São Paulo, que instituiu a fase vermelha durante os sábados e domingos e após as 20h durante os dias de semana. A decisão vale até, pelo menos, o dia 8 de fevereiro. ​

Porém, o relaxamento pode vir antes para alguns setores. Na segunda-feira, dia 1º, Doria sinalizou que, se a tendência de queda de novos casos se confirmar na cidade, será anunciada ainda nesta semana a suspensão do fechamento de bares e restaurantes na capital.

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