Mulheres tratadas como propriedades do Estado fundamentalista de Gilead, cerimônias de estupro, descarte de mulheres inférteis em colônias de lixo tóxico, crianças separadas das mães biológicas. Tudo isso volta nesta quarta, dia 28, com a quarta temporada de “The Handmaid’s Tale”.
Baseada no livro lançado em 1985 pela escritora canadense Margaret Atwood, a distópica série de TV só chega ao Brasil no próximo domingo pelo serviço de streaming Paramount+.
Dois anos e uma pandemia após o fim da temporada anterior, que foi ao ar em julho de 2019, a história finalmente retoma a saga da protagonista June, vivida por Elisabeth Moss, que depois de anos de servidão se torna uma espécie de líder rebelde e decide colocar o dedo na ferida ao tirar 86 crianças do país —mas é baleada no processo.
A seguir, confira tudo o que você precisa saber sobre o universo de “The Handmaid’s Tale” para não comer bola nesta nova temporada.
Gilead
A trama se passa em Gilead, um estado totalitário que substituiu os Estados Unidos após uma guerra civil e uma série de desastres ambientais.
A nova sociedade parte de interpretações extremas da Bíblia para estabelecer suas regras, que incluem a transformação das poucas mulheres férteis que restaram no antigo país em escravas sexuais —conhecidas como aias— que geram os filhos dos comandantes e de suas mulheres inférteis.
Aquelas que não podem engravidar trabalham com o tratamento de lixo contaminado ou o cuidado das casas dos comandantes.
A revolta das aias
Depois de ser separada de seu marido e filha na criação do regime, a personagem de Elisabeth Moss passa, na terceira temporada, a ser uma dissidente que trabalha por debaixo dos panos para uma revolta das mulheres subjugadas.
Ao longo dos episódios, ela mata um comandante que a tenta estuprar, participa de ações que resultam na prisão dos seus ex-amos e mobiliza a transferência de várias crianças nascidas e criadas em Gilead para o Canadá— que é a principal casa dos exilados e refugiados da nova nação.
O jogo vai virar?
Alguns trechos mostram, por exemplo, grupos de aias se rebelando e o que parece ser um depoimento de June pedindo justiça. Por outro lado, a decisão da personagem de permanecer na nação para tentar reencontrar sua filha mais velha a deixa vulnerável aos que querem a sua cabeça após o começo da revolta.
Freestyle
A primeira temporada da série cobre a maior parte dos acontecimentos da obra de Atwood. Desde então, novas histórias e personagens foram criados pelos roteiristas, mas seguindo a consultoria da escritora canadense.
O serviço de streaming Hulu, responsável pela produção nos Estados Unidos, já adquiriu os direitos do novo livro da autora, chamado “Os Testamentos” e que foi publicado em 2019 —mas ainda não se sabe como a obra será usada na série, uma vez que ela se passa 15 anos após os momentos registrados na produção e tem outras personagens como protagonistas.
'Handmaid’s Tale' e o mundo
Como boa obra distópica, a série abusa de ícones que relacionam o mundo surreal com a realidade —cenários são frequentemente mostrados com alterações feitas pelo regime, caso do obelisco da esplanada de Washington, que aparece transformado em uma cruz pela teocracia de Gilead.
A discussão de temas debatidos atualmente, como a misoginia, os direitos reprodutivos, a crise de refugiados, a violência sexual e a interferência religiosa nos governos democráticos, são elevados à máxima potência na ficção e chegam a transbordar de volta para o mundo real —a capa vermelha e o gorro branco que identificam as aias são usados por mulheres em protestos até hoje, por exemplo. E isso só deve se acentuar na nova temporada.
Estados Unidos. Criação: Bruce Miller. Com: Elisabeth Moss, Yvonne Strahovski e Joseph Fiennes. 18 anos. Primeira a terceira temporadas: Globoplay. Quarta temporada: estreia domingo (2), no Paramount+.
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