Saiba o que ver na Virada Cultural de São Paulo de acordo com o seu perfil

No ano das lives, evento se torna online e ocorre sem muvuca neste fim de semana

São Paulo

Sim, vai ter mais lives. Neste ano, por causa da pandemia de coronavírus, a Virada Cultural de São Paulo não vai ter multidões para pular de palco em palco, gente perambulando pelas ruas em busca de peças, fãs virando a noite em festinhas ou formando filas para conferir exposições de graça. Como tem sido praxe desde que o mundo virou de pernas para o ar, a Virada vai mergulhar de cabeça nas transmissões online.

Marcada para acontecer das 18h de sábado, dia 12, até as 18h de domingo, dia 13, a 16ª edição do evento perde o apelo físico —apesar de ainda manter algumas atrações presenciais—, mas deixa suas cerca de 400 atrações à distância de um clique, disponíveis para quem vive em outras cidades.

A programação aposta em trios elétricos, projeções e até no lançamento de um museu de arte urbana online, o Mar 360°. Há ainda eventos que refletem assuntos que estão à flor da pele, como racismo, feminicídio, temas indígenas e queimadas na Amazônia.

“Boa parte da produção se voltou para essas temáticas, e houve um olhar sensível da curadoria em desenvolver esses temas não só em forma de diversão, mas de reflexão”, diz o secretário municipal de Cultura, Hugo Possolo. "A gente sempre falou de encontrar um espaço criativo que achasse o espírito dessa era. A coisa do virtual, da presença na cidade, da periferia se reconhecendo, do medo que as pessoas têm da morte neste momento. Queríamos falar sobre tudo isso", conta.

Segundo ele, a ideia também foi descentralizar as ações e dar espaço para equipamentos da periferia, a fim de gerar renda para produtores e técnicos dessas regiões, afetados pela crise econômica surgida da pandemia.

Todas as atrações são gratuitas e informações sobre ingressos e como assistir aos eventos estão na página viradacultural.prefeitura.sp.gov.br. Confira aqui uma seleção de atrações da Virada para diferentes tipos de público. Separe seu melhor pijama ou sua máscara e bom passeio —seja ele virtual ou não.

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Para dançar na sala

Clube em Casa
Em uma nostálgica iniciativa, DJs e coletivos queridinhos de São Paulo transmitem seus sets diretamente de espaços que viviam lotados antes da pandemia, como Aparelha Luzia, Boteco Pratododia, Casa da Luz, Mundo Pensante e Tokyo —o lineup inclui festas como Batekoo e Mamba Negra.
A partir de sáb. (12), às 8h. Livre. Online


Elba Ramalho
No show transmitido do Theatro Municipal, a cantora dedica seu repertório a canções de Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
Dom. (13), às 18h. Livre. Online


Rennan da Penha e MC Kekel
O DJ carioca se encontra com o MC paulistano também no palco do Municipal, onde vão soltar uma sequência de hits de funk que ficaram famosos na pandemia e antes dela.
Sáb. (12), às 23h. Livre. Online


Terceiro Encontro Nacional de Mulheres na Roda do Samba
As cantoras Mart’nália e Fabiana Cozza participam deste show que mergulha num repertório regado a clássicos. Também no Municipal.
Sáb. (12), às 18h30. Livre. Online


Para assistir com os pequenos

Beatles para Crianças
Da janela, de dentro do carro ou das calçadas, as crianças poderão acompanhar presencialmente o trio Yellow Submarine! em um trajeto por São Paulo. Em “Meu Primeiro Show Rock”, o grupo percorre canções famosas dos Beatles.
Dom. (13), às 14h. Livre. Presencial. Trajeto: av. Henrique Schaumann, av. Brasil, parque Ibirapuera e Bienal

Show de Beatles para Crianças
Show de Beatles para Crianças - Stela Handa/Divulgação

Bichos de Bicicletas
A tradicional e premiada companhia Pia Fraus apresenta esta peça, que celebra a fauna brasileira com a ajuda de uma trilha sonora montada a partir de ritmos nacionais como o frevo e o samba.
Dom. (13), às 13h. Livre. Presencial. Trajeto: lgo. do Paissandu, pça. Ramos de Azevedo, viaduto do Chá, pça. do Patriarca e pça. Roosevelt


Jardim Suspenso
Este espetáculo do Grupo Ares promete hipnotizar crianças e quem estiver com elas com uma trupe de dançarinos e acrobatas que se apresentam nas paredes, no chão e no ar.
Dom. (13), às 10h e às 13h. Livre. Online e presencial. Trajeto: Top Center - av. Paulista, 854, Bela Vista


Para quem quer sair de casa

Degas
O Masp não fica de fora da programação da Virada e, nos dois dias de evento, será possível passear gratuitamente pelas 76 obras que formam a mostra do artista francês.
Sáb. (12), das 10h às 20h, e dom. (13), das 10h às 18h. Presencial. Masp - av. Paulista, 1.578, Bela Vista


Diálogo Com os Personagens
O grupo de teatro Tapa encena a peça “Diálogo Com os Personagens”, que compila três contos de Luigi Pirandello que falam sobre personagens que aparecem para reivindicar suas existências.
Sáb. (12), às 19h. Livre. Online e presencial. Teatro Aliança Francesa - r. General Jardim, 182, Vila Buarque


Drags na Rua
Drag queens darão um gostinho das noites LGBTs paulistanas nestas apresentações presenciais noturnas cheias dos famosos lip syncs —dublagens de músicas feitas pelas performers.
Sáb. (12), às 19h, 19h15, 19h45, 20h30 e 21h15. Livre. Presencial. Coreto da pça. Dom Orione, Bela Vista


Para os moderninhos

Anhangabaú: Um Rio de Luz e Resistência
O vale, que foi recentemente reformado, sediará a instalação preparada pelo Studio Visualfarm. A nova fonte do espaço e as árvores ao redor receberão projeções feitas com a tecnologia de videomapping, que exibe imagens sobre objetos. A atração será acompanhada por paisagem sonora e ações do grupo Dança das Turmalinas Negras.
Sáb. (12), a partir das 20h. Livre. Presencial. Vale do Anhangabaú, centro

A performance 'Anhangabaú: Um Rio de Luz e Resistência'
A performance 'Anhangabaú: Um Rio de Luz e Resistência'
Divulgação
A performance 'Anhangabaú: Um Rio de Luz e Resistência'

Circo Volante
O projeto da Cia K se inspira na estética pós-apocalíptica do festival americano Burning Man para levar acrobatas e malabaristas para pontos do centro de São Paulo. Na trilha, discotecagem ao vivo.
Dom. (13), às 14h. Livre. Presencial. Trajeto: pça. do Patriarca, viaduto do Chá, Theatro Municipal, Galeria Olido, pça. da República, Biblioteca Mário de Andrade, r. Coronel Xavier de Toledo


Mar 360º
Um dos maiores destaques da programação deste ano da Virada Cultural é o lançamento da plataforma Museu de Arte de Rua, que promete catalogar diversas manifestações artísticas espalhadas por São Paulo para que elas sejam vistas online e em 360º.
Sáb. (12) e dom. (13), às 18h. Livre. Online


Peça "(In)justiça", da Companhia de Teatro Heliópolis
Peça "(In)justiça", da Companhia de Teatro Heliópolis - Divulgação

Para refletir

(In)Justiça
O espetáculo do ano passado, que foi indicado aos prêmios Shell e Aplauso Brasil, é encenado duas vezes na virada. De autoria da Companhia de Teatro Heliópolis, a peça aborda o sistema jurídico do país e explora a ideia de justiça.
Sáb. (12), às 21h, e dom. (13), às 17h. 12 anos. Online


Mata
Usando softwares 3D e uma trilha sonora imersiva, a instalação desenvolvida pelo estúdio Midiadub traz digitalmente as chamas da floresta amazônica —que bateu recorde de queimadas em 2020 e foi alvo de pressões internacionais— para a capital paulista.
A partir de sáb. (12), às 18h, até o fim do evento. Livre. Presencial. Largo da Batata, Pinheiros


Mulheres em Quarentena: o que Restou do Barro Silenciou a Mulher
Esta performance de seis artistas promove uma reflexão sobre o silenciamento feminino. Ao longo de quatro horas, elas ficam de pé com suas cabeças cobertas com argila e recebem pingos d’água constantes, até que o gotejamento vai desmanchando aos poucos o barro.
Sáb. (12) e dom. (13), das 18h às 6h. Livre. Online


Olhar da Onça
Por dez horas consecutivas, prédios da área central da capital serão alvo de projeções que levam olhares da floresta para a cidade a partir de obras de artistas indígenas. A curadoria foi feita pela artista
Andreia Duarte.
Sáb. (12), a partir das 19h. Livre. Presencial: na r. da Consolação e r. do Paraíso


Virada Cultural das Bibliotecas
Vinte e uma bibliotecas da capital são abraçadas pela programação especial com o tema “Artes Contra o Apagamento Histórico”, que abrange exposições em videomapping, literatura, teatro e outras expressões artísticas para mergulhar em pontos de vista negros e indígenas.
Durante toda a programação do fim de semana


Para ver os amigos (a distância)

Elza Soares e Flávio Renegado
A cantora apresenta o show “Onda Negra” no Theatro Municipal, ao lado de Flávio Renegado, com quem colaborou recentemente na música “Negão Negra”. Eles devem passar por faixas como “A Carne” e
“A Mulher do Fim do Mundo”, do repertório de Elza.
Sáb. (12), às 20h. Livre. Online


Criolo
O rapper e compositor paulistano também canta diretamente do Municipal, um dos principais palcos de shows virtuais na Virada deste ano. No repertório devem aparecer clássicas de sua carreira, como “Convoque seu Buda” e a famosa “Não Existe Amor em SP”, que virou hino da cidade.
Sáb. (12), às 21h30. 18 anos. Online


Arnaldo Antunes
O músico partirá de canções de seu disco mais recente, “O Real Existe”, deste ano, em sua apresentação gravada também no Theatro Municipal. No álbum, ele versa sobre temas que passam pelo amor e pelo autoritarismo.
Dom. (13), às 13h30. Livre. Online


Programe-se

Ingressos e plataformas de exibição variam e devem ser consultados em viradacultural.prefeitura.sp.gov.br

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