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Catarina, outlet de luxo perto de SP, vende Gucci, Dolce & Gabbana e Burberry com desconto

Shopping em São Roque tem serviço de transfer gratuito saindo da capital paulista

São Roque (SP)

Um tênis Dolce & Gabbana 40% mais barato, uma jaqueta jeans da Ferragamo de R$ 10,9 mil por R$ 6.000, calças da Diesel pela metade do preço e carteiras da Gucci pelo mesmo valor de loja.

Quem procura marcas de luxo por preços não tão desconcertantes pode sair com as sacolas cheias —e a carteira vazia— do Catarina Fashion Outlet, um shopping de descontos localizado a cerca de uma hora de São Paulo cuja principal atração é sua seleção de lojas de grifes italianas que despertam desejo.

Catarina Fashion Outlet ganha nova área após expansão
Catarina Fashion Outlet ganha nova área após expansão - Divulgação

Afora as citadas acima, o outlet em São Roque tem também Armani, Armani Exchange, Burberry, Carolina Herrera, Zegna, Lacoste e 7 For All Mankind, para mencionar outras marcas internacionais com produtos que atingem fácil os milhares de reais, e uma seleção de etiquetas brasileiras de valor médio mais acessível, como Osklen, Reserva, Hering, Ellus, Fórum, Triton e M. Officer —essas três últimas, um inesperado túnel do tempo para os anos 1990.

Além de muita gente nem saber que existem lojas de descontos de marcas de luxo, o medo que atormenta o consumidor de outlet não é só a disposição dos produtos, com as araras quase vergando de tanta camiseta e as caixas de tênis empilhadas do chão ao teto, à vista de todos —a questão é se deparar com roupas resgatadas do fundo de um estoque ou sobras de coleções passadas sem nenhum apelo, mas ainda assim vendidas por uma minifortuna.

Isso, felizmente, não acontece em boa parte das lojas do Catarina, que fazem jus à palavra luxo. A Burberry, por exemplo, reproduz com bastante fidelidade seus pontos de venda dos shoppings de São Paulo, de modo que dá para esquecer que ali os produtos custam bem menos, além de ter uma seleção decente de carteiras, bolsas, tênis e lenços, todos estampados com o xadrez associado à marca britânica.

Já o ambiente da Dolce & Gabbana lembra mais o de uma loja comum, com muita mercadoria exposta, mas a maioria das opções tem, sim, cara de Dolce & Gabbana, e não de roupa que ninguém quis. Calça de oncinha, moletom camuflado com estampa de coração, jeans preto rasgado com aplicação de logo na perna, enfim, as peças entre o exagero e a breguice da marca dos irmãos Domenico e Stefano custam bem menos no outlet.

Na Gucci, a única loja de descontos da marca na América do Sul, a situação é complexa. Com uma taça de espumante na mão —oferecida pelo vendedor—, o repórter não encontrou nada de muito animador ou mais em conta nas araras da seção masculina. Peças caídas da colaboração com a North Face, uma seleção de camisetas, suéteres e jaquetas com estampas de pequenos abacaxis, uma camiseta sem graça na cor rosa com a inscrição "Gucci Marilyn Monroe", calças jeans básicas, nada ali valia os quatro dígitos que custava, nada ali gritava Gucci.

Havia poucas opções para os homens com a tradicional faixa verde e vermelha da marca ou com as duas letras "G" entrelaçadas, sinais reconhecíveis de que você comprou Gucci, assim como o monograma LV comunica Louis Vuitton para o mundo. Na verdade, tinha, sim uma carteira juntando tudo isso, por R$ 2.620 —o mesmo preço praticado pela grife nos shoppings em São Paulo.

A seleção feminina contudo, era bem melhor, com vastas opções de bolsas —na faixa dos R$ 10 mil—, carteiras, joias, vestuário e sapatos, além de ocupar a maior parte do espaço físico da loja. O ambiente é semelhante aos pontos de venda tradicionais da Gucci, com poucos produtos expostos e vendedores de terno e gravata ocupados com um único cliente por vez.

Segundo uma das atendentes, a loja recebe produtos de três em três meses, parte de coleções passadas vendidas no Brasil e o restante diretamente da Itália. Na Ferragamo, também, a vendedora informou que as peças à venda vinham das lojas da grife meses depois de saírem de linha.

Uma diferença do outlet para as lojas principais das marcas é que, no Catarina, não é preciso discrição ao tratar dos preços —os valores originais e os descontos estão visíveis nas vitrines e nas etiquetas e os vendedores não têm pudor ao falar disso.

Nos pontos de venda em São Paulo, por outro lado, os valores das peças aparecem em letras minúsculas na vitrine e nem sempre estão nas peças, obrigando o consumidor a perguntar os preços para o atendente, quebrando assim o pacto implícito de que dinheiro não é problema para quem compra em lojas onde uma bolsa ultrapassa os R$ 15 mil.

Independente de quanto se vai gastar, o Catarina pode ser um passeio de sábado. As 140 lojas são espalhadas em alamedas ao ar livre, sem aquele ar genérico de corredor iluminado por luz branca de shopping. Há vários bancos para sentar e tomar um sorvete, por exemplo, observando as famílias passarem com sacolas da Adidas enquanto empurram os filhos pequenos em seus carrinhos ou um grupo de amigas teclando freneticamente no iPhone entre uma compra e outra.

Com 29 mil metros quadrados que vão aumentar para 51 mil nos próximos meses, o Catarina é tipo uma versão mais popular do shopping Cidade Jardim, um centro de comércio de luxo na capital paulista. Não por acaso, os dois empreendimentos são do grupo JHSF, voltado para consumidores de alto poder aquisitivo —a empresa é também dona da Fazenda Boa Vista, dos hotéis Fasano, de um aeroporto executivo e da operação de grifes de luxo no Brasil, como Balmain, Chloé, Isabel Marant e Celine.

COMO CHEGAR

O Catarina Fashion Outlet fica na altura do km 60 da rodovia Castelo Branco, na cidade de São Roque (SP).

Existe também uma opção gratuita de transfer, que sai todos os fins de semana da capital paulista, às 9h30 (com retorno às 16h30). Às sextas e sábados, o ponto de encontro é na esquina da rua Carlos Comenale com a rua Itapeva, na Bela Vista. Aos domingos, o local é na avenida Doutor Arnaldo, altura do nº 1.432 (saída da estação Sumaré do metrô). Reservas podem ser feitas no site.

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