Descrição de chapéu clima
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Mostras conectam arte à crise climática para explicar futuro e passado da humanidade

Museus de SP abordam relação predatória com o meio ambiente e discutem soluções

São Paulo

Um dos maiores desafios do século, a crise do clima é tema de exposições em museus e espaços culturais de São Paulo. A partir da ótica de indígenas, imigrantes, cientistas e artistas, as coleções criticam as consequências das ações humanas no meio ambiente, mas apresentam as soluções. Conheça seis em cartaz.

Homem segura uma rede com lixo plástico
Exposição 'Paisagens Antrópicas', do fotógrafo Christian Cravo - Christian Cravo/Divulgação

Era uma Vez: Visões do Céu e da Terra
Reúne obras de 34 artistas do Brasil e do exterior sobre a relação predatória da humanidade com a natureza. Traz imagens do exterior do planeta, feitas pela Nasa, que ganham novas interpretações sobre a vida na Terra. Inclui ainda imagens do filme "Feral Atlas", que cataloga universos criados por fungos e vírus. Sobre o Brasil, exibe uma performance em vídeo de Luciana Magno, que critica a construção Transamazônica.
Pinacoteca Contemporânea - av. Tiradentes, 273, Luz, região central. Até 21/4. Qua. a seg., das 10h às 18h. Ingressos a R$ 30. Sáb.: grátis

Cena da obra 'Transamazônica' (2014), de Luciana Magno - Divulgação

Mova-se! Clima e Deslocamentos
Apresenta o vínculo entre a mudança do clima e a mobilidade de pessoas pelo planeta. O fenômeno é retratado pela ciência, arte e ONGs. Além de exemplos internacionais, traz migrações que aconteceram no Brasil, como cearenses que escaparam de seca severa no século 19 e paulistas atingidos por enchentes em 1920.
Museu da Imigração - r. Visc. de Parnaíba, 1.316, Mooca, região leste. Até 25/1. Ter. a sáb., das 9h às 18h; dom., das 10h às 18h. Ingressos a R$ 16 no Sympla. Sáb.: grátis


Mupotyra: Arqueologia Amazônica
O título da mostra significa florescer na língua indígena nheengatu, da Amazônia. Trata do passado da floresta, cuja formação teve contribuição de povos indígenas, e do seu futuro em perigo pela exploração de recursos. Na seleção de obras, combina arte contemporânea a itens de arqueologia, como coroas, cocares, cestas, vestimentas e peças de cerâmicas.
Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia - r. Alemanha 221, Jardim Europa, região oeste. Até 9/3. Qua. a dom., das 11h às 18h. Grátis

Nhe’ery: Onde os Espíritos se Banham
Na simbologia de povos originários da mata atlântica, espíritos guardiões da floresta vivem em vegetais, animais e minerais. Eles se encontram em Nhe’ery, palavra em guarani que representa santuário ou portal. Com esse conceito e com relatos de lideranças indígenas, fala sobre a conservação do bioma.
Museu das Culturas Indígenas - r. Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca, região oeste. De ter. a dom., das 9h às 18h. Ingressos a R$ 15 em Sympla. Qui.: grátis


Onde Há Fumaça: Arte e Emergência Climática
Peças históricas do acervo do Museu do Ipiranga dialogam com itens de arte contemporânea para questionar a ideia de progresso. Um desses diálogos é proposto pela pintura "Independência e Morte" (2022), de Jaime Lauriano. O artista refaz a tela de Pedro Américo sobre o Dia da Independência, de 1888, ao trocar símbolos heroicos pela lama de barragens de mineração. Outro aspecto que aparece nas pinturas antigas são as mudanças do solo pela urbanização e pela monocultura. Estão ao lado de obras que retratam soluções, como o manejo sustentável feito por indígenas.
Museu do Ipiranga - r. dos Patriotas, 100, piso Jardim, Ipiranga, região sul. Estreia: ter. (5). Até 28/2. Ter. a dom., das 10h às 17h. Grátis

Pintura de uma construção em uma fazenda
Imagem da construção de açude na Fazenda Cachoeira em Campinas,1921, de Alfredo Norfini, exposta na mostra 'Onde Há Fumaça: Arte e Emergência Climática' - Helio Nobre/Divulgação

Paisagens Antrópicas
O fotógrafo baiano Christian Cravo apresenta imagens que fez durante uma viagem a Gana, na África, e Bangladesh, no sul da Ásia. Lá, ele documentou impactos da ação humana no meio ambiente, em especial, o descarte industrial de plástico e tecido. As imagens servem como denúncia do colonialismo de resíduos, termo usado quando países ricos exportam o seu lixo industrial para países mais pobres.
Casa Selva - al. Lorena, 1.257, Casa 1, Jardim Paulista, região oeste. Até 21/12. Ter. a sex., das 11h às 18h; sáb., das 11h às 15h. Grátis

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