Após adiamentos, mudanças de lineup e outras idas e vindas impostas pela pandemia, o Lollapaloza Brasil chega à sua nona edição no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, entre esta sexta, 25, e domingo, 27.
O festival acontece na esteira de outros eventos culturais que têm pipocado na agenda paulistana desde que a vacinação avançou na cidade, as regras de isolamento se tornaram mais brandas e o governador João Doria, do PSDB, desobrigou o uso de máscaras em locais fechados.
Com expectativa de receber cerca de 100 mil pessoas por dia, o Lolla tenta ser um festival "pós-pandêmico" e um marco na vida menos mascarada, com aglomerações e megaeventos na agenda —o mais próximo do cenário pré-Covid que o Brasil já esteve em dois anos.
Entre os nomes mais badalados dos três dias, aparecem Miley Cyrus, A$AP Rocky e Doja Cat, mas também atrações nostálgicas, como Foo Fighters e The Strokes, e artistas nacionais em ascensão, caso de Marina Sena, Jão, Matuê, entre outros.
Confira, a seguir, dicas do que assistir ao longo do evento e onde conseguir comprar ingressos —ainda disponíveis para todos os dias.
Novidades pouco conhecidas
As letras pequenas do cartaz do Lollapalooza sempre guardam surpresas para quem chega cedo ao festival. Se as noites são recheadas de nomes mundialmente conhecidos e o metro quadrado no gramado fica mais disputado, as atrações diurnas costumam ter espaço perto do palco e clima mais intimista.
Nesta edição, devem entrar neste balaio nomes como o de Remi Wolf, que despontou após participar do American Idol em 2014 e lançou no ano passado seu primeiro disco, "Juno", com letras que falam de depressão e do vocalista do Red Hot Chili Peppers, Anthony Kiedis.
Também promete um show interessante Ashnikko, que mistura pop e rap a um visual inspirado na cultura japonesa e tem músicas em parceria com Grimes e Princess Nokia. Escapando do pop, são altas as expectativas para o show de hardcore Turnstile, que traz na bagagem "Glow On", do ano passado. No time brasileiro, deve se destacar Jup do Bairro, que fazia parte da banda de Linn da Quebrada e em 2020 lançou o disco "Corpo Sem Juízo".
Turnstile - sex. (25), 14h45, palco Budweiser; Ashnikko - sex., 19h, Perry’s; Jup do Bairro - sáb. (26), 14h45, Adidas; e Remi Wolf - sáb., 16h55, Adidas
Donos do TikTok
A influência do TikTok na indústria da música será traduzida para os palcos do Lollapalooza, que recebem artistas que fizeram fama no aplicativo ou que viram seus números saltarem graças às dancinhas e vídeos virais. Talvez o maior exemplo seja o do rapper americano Jxdn, que costuma ser creditado na internet como cantor e personalidade das redes sociais.
O jovem começou sua carreira na música em 2020, mas antes chegou a morar em uma casa de criadores de conteúdo para a plataforma. A essa altura, além dos mais de 9 milhões de seguidores no site, já tem um disco lançado com a produção de Travis Barker, baterista do Blink-182, e uma música com Machine Gun Kelly.
Jack Harlow também é outro que teve sua carreira alavancada com a ajuda do app —especialmente com a música "Whats Poppin". Entre as brasileiras que hitam por lá, destacam-se Marina Sena, cantora que explodiu recentemente e viu "Por Supuesto" estourar na rede social, e Gloria Groove, que tem viralizado com canções do recém-lançado "Lady Leste".
Jxdn - sex. (25), 13h55, palco Onix; Jack Harlow - sex., 21h15, Adidas; Marina Sena - dom. (27), 15h55, Adidas; Gloria Groove - dom., 20h, Perrys
O emo está vivo
O revival da estética e da sonoridade emo e pop punk, que viram seu auge no fim dos anos 1990 e começo dos anos 2000, aparece com força no lineup. Uma das maiores representantes desse universo no Brasil, a banda Fresno, criada em 1999, é uma das escaladas —e leva para o palco músicas do disco do ano passado, "Vou Ter que Me Virar", e do álbum anterior "Sua Alegria Foi Cancelada", mas também resgata hits de sua época de franjas e cabelos escorridos.
Participam ainda do revival o grupo americano A Day To Remember e o canadense Alexisonfire, importantes nomes da cena, e Machine Gun Kelly, rapper que ascendeu recentemente como estrela do pop punk, com o disco "Tickets to My Downfall", de 2020, que deve guiar seu show no evento.
Machine Gun Kelly - sex. (25), 18h50, palco Budweiser; A Day To Remember - sáb. (26), 18h, Onix; Alexisonfire - sáb., 21h45, Adidas; Fresno - dom. (27), 14h50, Onix
Para os nostálgicos
O Lollapalooza sempre dedica parte de seu lineup a uma boa dose de nostalgia. Na escalação antes do cancelamento causado pela pandemia, o festival previa shows de Guns ‘n’ Roses e The Strokes. Apenas o segundo foi mantido —e, apesar de um bom disco recente, "The New Abnormal", de 2020, o que deve pegar mesmo o público é a nostalgia trazida por hits do indie como "Reptilia" e "You Only Live Once".
Completam a dose de boas lembranças do passado a entrada recente dos Libertines no evento, o que deve fazer com que o público relembre canções como "Can’t Stand Me Now". Fora isso, há o show de duas horas de hits do Foo Fighters, banda liderada por Dave Ghrol e na ativa desde 1994.
The Strokes - sex. (26), 21h15, palco Budweiser; The Libertines - dom. (27), 18h05, Budweiser; Foo Fighters - dom., 20h30, Budweiser
Headliners imperdíveis
Os show principais do Lollapalooza concentram uma boa listinha de hits ouvidos nos últimos tempos. O primeiro dia do evento, por exemplo, reserva uma apresentação de Doja Cat, que explodiu com a canção "Say So" nas rádios, streamings e TikTok, e ainda tem músicas como "Kiss Me More", cantada com SZA, e três discos lançados entre 2018 e 2021 para serem explorados no repertório.
Além dela, dividem o sábado (26) o rapper A$AP Rocky, que também tem três discos na carreira e hits como "Praise The Lord (Da Shine)" no setlist, e Miley Cyrus —a grande hitmaker da música pop desta edição—, que, apesar de estar em sua empreitada roqueira após o lançamento de "Plastic Hearts", em 2020, deve incluir no show pedradas de outros tempos, como "Party in the U.S.A", "We Can’t Stop", "The Climb", "7 Things" e "Wrecking Ball".
Doja Cat - sex. (25), 20h10, palco Onix; A$AP Rocky - sáb. (26), 20h10, Onix; Miley Cyrus - sáb. 21h30, Budweiser
Rap brasileiro
O evento caprichou nos representantes do rap brasileiro. Quem abre a programação é o paulista Edgar, que chamou a atenção com seu "Ultrassom", de 2018. Fenômeno mais recente, Matuê representará o trap, vertente do rap, com canções como "Quer Voar", que sampleia justamente uma música de Emicida, que também é uma das atrações no festival depois do lançamento de "AmarElo", em 2019 —os dois ainda soltaram neste ano "Sobe Junto", música em parceria com Drik Barbosa.
Completam a agenda o paulistano Rashid e o mineiro Djonga, que chega após o lançamento de "Nu", do ano passado, mas que também explorará trabalhos como "Ladrão", de 2019.
Edgar - sex. (25), 13h05, palco Adidas; Matuê - sex., 14h45, Adidas; Emicida - sáb. (26), 19h05, Budweiser; Rashid - dom. (27), 13h45, Budweiser; Djonga - dom., 18h05, Adidas
Tudo sobre o festival
Quando
Entre esta sexta (25) e domingo (27), diariamente das 11h às 23h
Onde
No Autódromo de Interlagos (av. Senador Teotônio Vilela, 261, Interlagos), em São Paulo
Ingressos
Ainda há entradas à venda para os três dias separadamente. O preço é R$ 1.440, mas há meia-entrada para estudantes, idosos, PCD e descontos para clientes de alguns bancos A compra é feita no site t4f.com.br
Covid-19
O evento exigirá a comprovação de ao menos duas doses da vacina, mas, de acordo com o novo decreto de São Paulo, as máscaras não serão mais obrigatórias; o festival, no entanto, recomenda o uso
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