Dois importantes espaços de cultura em São Paulo voltarão a ocupar a agenda da cidade a partir de maio. Ambos com nomes diferentes de suas versões anteriores e agora rebatizados de Vibra.
Tanto a casa de shows que nasceu como Credicard Hall e depois foi renomeada de UnimedHall, que fechou em março de 2021 por causa da pandemia, quanto o evento de cinema ao ar livre Open Air, que era tocado pela Shell até 2019, vão reabrir as portas na cidade.
O retorno foi possível por causa da Vibra Energia, marca de combustíveis e lubrificantes antes conhecida como BR Distribuidora e que decidiu iniciar uma empreitada pela cultura, adquirindo os direitos do uso de nome nos dois locais.
No caso da casa shows em Santo Amaro, na zona sul da capital, a gestão também sofreu mudanças. Antes nas mãos da T4F, o novo Vibra São Paulo agora ficará sob a administração da Opus Entretenimento. O espaço será reaberto em maio e permanecerá com esse nome por ao menos quatro anos.
Apesar de ainda não ter divulgado a programação, a brasilidade e a mistura de sons deve guiar a curadoria musical da casa, que, segundo Leonardo Burgos, vice-presidente de desenvolvimento de negócios e marketing da Vibra, pretende realizar ao menos cem apresentações por ano e ir "do rock ao erudito, do funk ao samba, do teatro à dança".
Lucas Giacomolli, vice-presidente da Opus Entretenimento, conta que a programação levará em conta, por exemplo, o forte momento do rap nacional e os principais nomes da música atual no Brasil, além de atrações internacionais.
A ideia, segundo eles, é modernizar a casa . "A gente quer que em algumas datas específicas, por exemplo, o evento se torne uma balada para o público mais jovem, mas que o mais velho também fique para a festa", diz Giacomolli.
Em termos de estrutura, a Vibra surge com uma série de mudanças no horizonte. A ideia é ter espaços de desembarque para outras formas de transporte que não os carros e ampliar as áreas de alimentação, além de outras mudanças que serão feitas ao longo deste primeiro ano.
Outra novidade da empresa de combustíveis é a compra dos "naming rights" do Open Air, um dos principais eventos de cinema ao ar livre do Brasil, que retorna ao calendário da cidade entre os dias 25 de maio e 12 de junho, agora rebatizado como Vibra Open Air.
A atração, que surgiu em 2002 e leva filmes e shows à pista do Jockey Club, na zona oeste de São Paulo, já carregou os nomes de marcas como Vivo e Shell. O evento foi interrompido no último ano, por causa da pandemia. A última edição ocorreu em 2020, no Rio de Janeiro, mas no formato de drive-in, com patrocínio da Telecine.
"Na pandemia, não só o mundo mudou, mas o cinema também mudou. Esse é o momento mais importante da história do Open Air, porque a gente volta com uma experiência ao ar livre e com alta qualidade de som e imagem", comenta Renato Byington, sócio-diretor da D+3 Produções, responsável pelo evento.
A principal atração é a tela enorme, que mede 325 m² —maior que as telas Imax disponíveis na cidade e equivalente ao tamanho de uma quadra de tênis. Vinda da Suíça, ela fica inicialmente posicionada de forma horizontal e ganha um espetáculo de luzes enquanto é erguida, logo antes de a sessão começar. Para acompanhar as imagens, 28 caixas de som do sistema Dolby ficam espalhadas pelo local.
Na programação, de quarta a domingo, estão 24 filmes, entre clássicos e blockbusters, que incluem o nacional "Eduardo e Mônica" e os internacionais "Pânico" e "Summer Of Soul (...Ou, Quando A Revolução Não Pôde Ser Televisionada)", eleito melhor documentário no Oscar deste ano e que fecha a agenda do evento. O ingresso custa R$ 50, valor que inclui um saco de pipoca, e as vendas serão abertas no dia 4 de maio.
Logo após as projeções também rolam os shows. Entre as apresentações previstas estão artistas como Lúcio Mauro Filho e Pedro Baby, que trazem o show "Lei Natural dos Encontros" pela primeira vez a São Paulo. Para forrar a barriga, o evento reúne foodtrucks e barracas com pizzas e hambúrgueres.
Ao contrário do longo contrato do Vibra São Paulo, os diretos sobre o nome do Open Air estão previstos apenas até o fim deste ano —mas, segundo Burgos, há planos de repetir o patrocínio.
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