É bom que fique clara a ideia de "clássicos restaurados" que a 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo desenvolve neste ano: são filmes em geral novos em folha, às vezes mais novos do que quando foram feitos.
É este o caso de "Lawrence da Arábia", lançado em 1962 e restaurado em 1989, quando ganhou 21 minutos para chegar à montagem original desejada por seu diretor, David Lean. O novo restauro, comemorando o cinquentenário do filme, preserva a duração de 1989 (cerca de 3h40), mas o centro das preocupações foi o reencontro com as cores e a textura original das imagens (em Panavision 65 mm) que se buscou. Imagens talvez melhores do que as originais.
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Se "Lawrence" chega aos 50 anos, o "Nosferatu" de F.W. Murnau está completando nada menos que 90. Essa versão disfarçada do "Drácula" de Bram Stocker (o nome foi mudado para driblar os direitos autorais) parece cada vez mais moderna.
Embora Murnau tenha acumulado obras-primas até a sua morte prematura, em 1931, "Nosferatu" permanece ainda hoje o mais popular de seus filmes e um dos mais marcantes da era expressionista na Alemanha.
Perto dele, "Tubarão" é quase uma criança. Se depois deste filme de 1976 Steven Spielberg acumulou uma pilha de êxitos, "Tubarão" é ainda hoje sua melhor demonstração de talento: não é qualquer um que faz um filme em que quase nada acontece e deixa a plateia em pânico.
Completam o lote "Coronel Blimp" (1943), de Michael Powell e Emerich Pressburger, e "Os Deuses e os Mortos" (1970), de Ruy Guerra. Talvez menos atraentes -mas nunca descartáveis.
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