É Tudo Verdade vai exibir cópias inéditas de "pai do documentário"

A 18ª edição do festival internacional de documentários É Tudo Verdade --que tem entrada franca em todas as sessões-- começa no próximo dia 4 de abril com sessões em cinco espaços de São Paulo. A grande retrospectiva deste ano será da obra do soviético Dziga Vertov (1896-1954), um dos pais do cinema documentário.


Vertov é conhecido pelo clássico "O Homem da Câmera de Filmar" (1929), eleito em 2012 um dos dez maiores filmes de todos os tempos, segundo o levantamento feito a cada dez anos pela revista Sight & Sound.

"Se vocês acham que conhecem os filmes de Vertov pelo que encontram em DVD e online, vocês estão completamente enganados", afirmou o fundador e diretor do festival, Amir Labaki. Segundo ele, além de cenas extras, as cópias que serão exibidas durante o festival têm qualidade superior ao que está disponível no Brasil.

A retrospectiva apresentará oito programas em cópias 35 mm, numa parceria inédita no país com a Coleção Dziga Vertov do Austrian Film Museum, que reúne o mais importante acervo mundial de filmes e documentos relacionados ao cineasta.


CONFIRA OS FILMES DE VERTOV QUE SERÃO EXIBIDOS:

Vertov em Curtas da Cine-Semana (1918/1919) ao Cine-Verdade (1922/1925)
Dziga Vertov. A formação do cineasta em quatro títulos, de seu começo em cinejornais à maior elaboração em seus curtas-verdade, geralmente temáticos.

"Cine-Olho" (1924)
Os dois polos da vida russa pós-1917: a "Nova" Rússia e a "Velha" Rússia, registrados "sem atores, sem diretores, sem cenários".

"A Sexta Parte do Mundo" (1926)
Nove anos após o triunfo da Revolução Bolchevique, uma visão panorâmica do estado das coisas pelo vasto território da nova URSS.

"O Décimo Primeiro Ano" (1928)
Com um ano de atraso para a celebração da primeira década revolucionária, um hino à construção do socialismo a partir das realizações na Ucrânia, tendo ao centro a nova barragem no rio Dniepre.

"O Homem da Câmera de Filmar" (1928)
Um ensaio sobre um dia na vida de uma metrópole soviética, num elogio da supremacia realista do olho da câmera frente ao olho humano.

"Entusiasmo" (1930)
Em seu primeiro documentário sonoro, Vertov realiza um ensaio sobre o poder do cine-olho e do ouvido-rádio a partir do empenho dos trabalhadores ucranianos para cumprir o Plano Quinquenal.

"Três Canções Sobre Lênin" (1934)
Uma ode a Lênin no décimo aniversário de sua morte, reunindo imagens feita em vida e em seu funeral e filmagens sobre o impacto de seu legado sobre a vida de mulheres da URSS asiática e para o desenvolvimento econômico do país.

"Canção de Ninar" (1937)
Para celebrar o vigésimo aniversário da Revolução, Vertov celebra a mulher e as mães da URSS a partir de uma estrutura pontuada por canções de ninar com reflexos folclores compostas originalmente para o filme.

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