O Leão de Ouro para o documentário "Sacro Gra" teve um certo ar de marmelada italiana no Festival de Veneza deste ano. Apesar do favoritismo do grego "Miss Violence", o júri liderado pelo diretor italiano Bernardo Bertolucci preferiu manter o prêmio em casa, algo que não acontecia havia 15 anos.
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Pior para o festival, que deixou de marcar na memória um dos longas mais pesados, relevantes e tensos do ano, que ficou com as categorias de melhor direção para Alexandros Avranas e ator para Themis Panou.
Usando o cenário do caos econômico grego, Avranas começa o longa já com um chute no estômago: no seu aniversário de 11 anos, a menina Angeliki (Chloe Bolota) dança "Dance Me to the End of Love", de Leonard Cohen, e, sem a menor cerimônia, pula da janela do prédio. No dia seguinte, a família toda parece levar a vida normalmente.
O avô (Panou) controla a filha e os netos com uma rigidez militar, com a concordância da mulher, interpretada por Reni Pitakki.
Aos poucos, a cortina de opressão do velho vai subindo para revelar facetas ainda mais assustadoras que vão de prostituição infantil a incesto. No fim, o drama entrega um "vilão" de dar inveja a Hannibal Lecter.
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