Chamar o americano Mike Wallace de jornalista seria reduzir a atuação de um repórter e entrevistador que, ao trabalhar também como ator, apresentador de programas de entretenimento e fazer publicidade, tornou-se uma personalidade da TV nos EUA. Mas a prática do que se costumava entender como jornalismo, ainda que temperada por certa dramaticidade, foi o que mais o levou a ter admiradores e detratores.
“Mike Wallace Está Aqui” sobrevoa a carreira dessa figura dominante que o canadense Christopher Plummer interpretou, à época em que ancorava o lendário programa 60 Minutes, em “O Informante” (1999).
Na maior parte do tempo, Wallace está no ataque, entrevistando o aiatolá Khomeini, Vladimir Putin e o jovem Donald Trump, entre outros. Mas o diretor israelense Avi Belkin explora também a fera na defesa, dando entrevistas a colegas que tentam jogá-lo contra as cordas, sem sucesso.
Ao navegar pela trajetória de Wallace, o documentário faz uma saborosa imersão à história da TV. A certa altura, alguém pergunta a ele, já veterano, se os EUA melhoraram ou pioraram. “Pioraram”, diz. O que vemos no filme de Belkin sugere que o julgamento também se aplica ao jornalismo, lá e em muitas outras praças
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