Depois de passar 26 anos desativado, o Cine Bijou, tradicional cinema de rua na praça Roosevelt, reabre as portas na próxima terça, dia 25, no aniversário da cidade de São Paulo.
O espaço foi inaugurado em 1962 e agora será administrado pelos fundadores da companhia de teatro Os Satyros. A agenda terá exibições de filmes, com sessões gratuitas ou a preços populares de quinta a domingo, mas também apresentações de peças e debates.
O objetivo, segundo os administradores, é exibir clássicos e filmes autorais de diferentes países, que costumam ficar fora do circuito comercial da cidade.
Neste primeiro momento, a programação será voltada a filmes brasileiros. Até o dia 30 de janeiro, o Bijou contará com mesas de debate seguidas de exibições de obras de cineastas como Laís Bodanzky, Tata Amaral e Helena Ignez. No dia 25, será exibido o longa "Zuzu Angel", lançado em 2006 por Sérgio Rezende.
O drama biográfico que retrata a trajetória da estilista carioca Zuzu Angel, morta pela ditadura militar, tem Patricia Pillar no elenco. A atriz, que fez doações para a reativação do Bijou, agora batiza a sala de cinema.
Após as reformas, o local conta com 77 lugares e um pequeno palco, mas manteve as características originais, como as poltronas vermelhas e as paredes desenhadas em gesso. No salão de entrada, funcionarão um café e uma livraria temática de cinema.
Aberto na década de 1960, o Bijou ficou conhecido como um polo artístico paulistano ao exibir filmes autorais e longas que estavam sob os holofotes da censura durante a ditadura. Com a decadência do centro de São Paulo, entre os anos 1980 e 1990, o espaço foi perdendo seus frequentadores até fechar as portas em 1996.
O imóvel chegou a sediar o Teatro do Ator, que encerrou as atividades em 2019, mesmo ano em que Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, do Satyros, alugaram o imóvel. A reativação estava prevista para ocorrer em 2019 ou 2020, mas o plano foi adiado por causada pandemia de Covid-19.
Entre as iniciativas para a reabertura, estão ainda as sessões "Cinema Falado", que propõe debates após a exibição, e "No Escuro", com um filme surpresa. Já o evento "O Filme da Minha Vida" pretende ser uma sessão exclusiva de um título que marcou os espectadores.
O cinema diz que vai seguir os protocolos de segurança relacionados à pandemia —medirá a temperatura das pessoas na entrada, exigirá a apresentação do comprovante de vacinação e obrigará o uso de máscaras durante as sessões.
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