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Conheça Edifício Rolim, experiência de terror em prédio histórico no centro de São Paulo

Construção de 1920 é transformada em mistura de escape room e teatro que será inaugurada em outubro

São Paulo

Na noite do dia 31 de outubro, quando é comemorado o Halloween, o edifício Rolim, um dos primeiros arranha-céus de São Paulo, terá os seus 13 andares, levantados no fim da década de 1920, reabertos ao público —e dedicados a uma experiência de terror inédita na cidade.

Espaço dentro do Rolim, prédio histórico no centro de SP que será dedicado ao terror
Espaço dentro do Rolim, prédio histórico no centro de SP que será dedicado ao terror - Divulgação

A construção, que na época da inauguração foi vendida como "magnífica, com todo o luxo e conforto" e chegou a ser tombada por fazer parte das imediações do Pátio do Colégio, agora usa os sinais de abandono acumulados nos cerca de 40 anos em que permaneceu vazia como cenografia para tornar a empreitada ainda mais assustadora para quem visitá-la.

O negócio, batizado com o nome do prédio em que está instalado na praça da Sé, é tocado por Facundo Guerra, Caire Aoas e pela dupla Cadu Dib e Rafael Bechara, à frente da casa de terror Abadon.

"A gente criou um jogo que começa no térreo, onde grupos de 12 pessoas entram num museu que conta detalhes de 18 mortes que aconteceram lá. É quando uma horda de zumbis tenta invadir o prédio, e a partir daí as pessoas têm uma hora para chegar até o sétimo andar, onde fica um cofre gigantesco", conta Facundo, empresário envolvido também em negócios como o Cine Joia e a Love Cabaret. "É só isso que eu vou contar para não estragar a surpresa".

Cada um dos andares terá uma identidade própria, com toda a cenografia voltada ao horror, atores que fazem parte do jogo, labirintos e desafios que os jogadores têm que resolver.

No 13°, onde a experiência acaba, os participantes chegam ao bar Grito e resgatam os drinques com ou sem álcool para acalmar os nervos —mas nem tanto, já que a trilha sonora do ambiente, que também servirá comida, é feita a partir da transmissão ao vivo dos gritos de quem está fugindo das criaturas nos andares abaixo.

Além da experiência que funcionará de quinta a domingo e deve custar cerca de R$ 80 —as sessões vão até o começo da madrugada e são divididas por graus de terror—, o lugar também terá atrações secundárias.

Três quartos de escape e um outro desafio com prêmios em dinheiro terão entradas vendidas separadamente, e uma sala que poderá ser usada para festas e eventos também estará disponível. No futuro, os sócios ainda planejam instalar um Airbnb e uma hamburgueria.

O negócio surgiu na pandemia, quando Aoas, parceiro de Facundo no Bar dos Arcos, pensou em transformar o prédio em um hotel. "Era um patrimônio histórico esquecido, projetado por Pujol, e ele comprou por um preço baixíssimo, que se pagaria num apartamento em Higienópolis", conta Facundo, que não achou uma boa ideia investir numa estadia na região da Sé, percebida como perigosa naquele momento.

Ele, então, contratou uma historiadora para investigar a história do lugar, e as descobertas das mortes que aconteceram ali entre 1928 e 1950 inspiraram contos de terror escritos por Paula Febbe.

Facundo, que nunca havia trabalhado com teatro, pensou em encenar os contos no espaço. Foi quando foi com a filha na experiência Abadon, espaço de terror no Santo Amaro que chegou a ter 9.000 pessoas na fila de espera, e pensou em fazer algo semelhante.

Espaço dentro do Rolim, prédio histórico no centro de SP que será dedicado ao terror
Espaço dentro do Rolim, prédio histórico no centro de SP que será dedicado ao terror - Divulgação

Levou Dib e Bechara a um edifício Rolim ainda sem projeto e começaram a desenvolver a ideia, que o empresário queria que fosse diferente das mais de três dezenas de mansões de terror que visitou nos Estados Unidos no ano passado. "Percebi que todas eram labirintos dentro de galpões, como um trem fantasma a pé. Eu queria que o nosso fosse algo único", conta.

Também da pandemia veio a inspiração para a mistura de real e imaginário que a experiência vai oferecer. "Ficamos muito mais próximos da morte, e eu sempre gostei muito do terror porque ele tem essa coisa de fazer a gente se sentir vivo", diz. "Acho que, numa época em que está todo mundo com a cara enfiada em telas, o terror dá um choque, faz o sangue correr. É um estímulo extremo de vida".

Edifício Rolim - pça. da Sé, 87, Instagram @edificio.rolim. Inauguração: 31 de outubro. Vendas de ingressos a partir de agosto

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