Novo vale do Anhangabaú terá cafés e atividades culturais, mas falta data de inauguração

Saiba como vai ser o novo espaço, que prevê programação diária e quiosques gastronômicos

São Paulo

Olhado de cima, ainda é difícil entender como o novo vale do Anhangabaú receberá o público quando finalmente for reinaugurado —mas as principais mudanças da reforma, que começou em 2019 e interditou o espaço, já podem ser vistas em uma espiadela do viaduto do Chá.

As antigas curvas que acompanhavam os canteiros foram substituídas por uma superfície cinza e reta, cercada por árvores, além de bancos de madeira. Distribuídos pelo chão plano, que deve se tornar mais um oásis de São Paulo para skatistas, os 850 pontos de jatos d’água com luz LED ainda não estão em funcionamento, mas já viraram polêmica quando as primeiras fotos da reforma pipocaram nas redes sociais.

O novo projeto do Vale do Anhangabaú
O novo projeto do Vale do Anhangabaú - Divulgação/Prefeitura

Ao longo do espaço, há ainda mais de uma dezena de quiosques e uma pista de skate. O projeto também prevê uma arquibancada que, segundo a prefeitura, não será entregue neste primeiro momento.
Mas ainda há muito a ser definido sobre os usos do vale, que tinha previsão de entrega para o meio do ano passado.

O prazo foi estendido para 21 de setembro, acabou adiado para 31 de outubro e, depois, foi novamente prorrogado por mais 60 dias —ou seja, para o fim deste mês. Mas não há uma data ainda. Depois disso, a obra vira responsabilidade da concessionária formado pelas pelas empresas G2P Partners e GMCOM Eventos e Projetos Especiais, escolhida por edital. E é aí que o futuro fica nebuloso.

Não se sabe, por exemplo, quais usos serão dados às estruturas construídas para comércio, cafés, restaurantes, bancas de jornal, banheiros, espaços para as crianças e pontos de informação —tudo isso está previsto no projeto, mas é a empresa responsável pela gestão que decidirá o futuro de cada um dos quiosques. No entanto, sabe-se que cinco deles deverão ser destinados à gastronomia, enquanto outros quatro serão apoio para a programação cultural.

O edital prevê que ao menos 324 atividades gratuitas aconteçam no Anhangabaú todos os meses e preencham todos os dias da semana e o período noturno. A concessionária tem autonomia para decidir detalhes da programação, mas o documento já sugere algumas coisas: ioga, oficinas de fotografia, shows, exibição de filmes, feira de orgânicos e práticas esportivas.

O contrato também obriga que ocorram atividades diárias, das 9h às 19h, para crianças. Além disso, o vale deverá oferecer wifi gratuito para, no mínimo, 500 usuários.

O plano ainda abraça pontos das redondezas, como as galerias Formosa e Prestes Maia, a praça Ramos de Azevedo, a escadaria da rua Doutor Miguel Couto e o trecho da avenida São João entre a rua Conselheiro Crispiniano e a rua São Bento. Nesses locais é sugerida a instalação de bares, cafés e outras áreas comerciais, além de atividades coletivas.

O novo Anhangabaú em números

43 mil m²
É a área total do vale do Anhangabaú

450 m
É a extensão total do projeto

850
Jatos d’água integram o novo projeto do espaço

1.200 m³
É o volume de água diário previsto pelos jatos, sendo 90% reutilizável

2.670
Pessoas poderão se sentar simultaneamente no locais previstos no novo vale

480
Árvores integram o novo paisagismo, sendo 125 delas novas

800 m²
É o total de área dedicada a esporte de rua e atividades infantis

R$ 105,6 milhões
É o valor estimado da obra; o total é 32,1% maior do que o previsto no contrato

1980
Foi quando ocorreu a última grande remodelação da região, assinada por Jorge Wilheim e Rosa Grena Klias

Projeto de reforma do Vale do Anhangabaú
Projeto de reforma do Vale do Anhangabaú - Divulgação Prefeitura de São Paulo

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