Se tem uma época do ano boa para se ver arte em São Paulo é esta. Na esteira da abertura da SP-Arte, a maior feira do setor na América Latina, que já traz uma vasta seleção de obras, outros museus e galerias da cidade abrem as portas com uma série de novas exposições.
Além de grandes mostras que já agitaram a cidade nas últimas semanas, como a de Alfredo Volpi, Abdias Nascimento e Luiz Zerbini, no Masp, e de Adriana Varejão, na Pinacoteca, galeristas investiram em apresentações como a dobradinha na Fortes D'Aloia & Gabriel de obras de Judy Chicago, artista americana pioneira na arte feminista, e da brasileira Leda Catunda.
Mas há ainda uma série de outras programações em cartaz que valem ser vistas. Grandes nomes brasileiros são celebrados em instituições como o Centro Cultural Fiesp, que exibe xilogravuras de J. Borges, e a Almeida & Dale, que traz trabalhos de Rubem Valentim no centenário do artista.
A Mendes Wood DM conta ainda com um nome de peso das artes visuais dos Estados Unidos, Lynda Benglis, que apresenta obras de grandes proporções.
Abaixo, conheça dez mostras para visitar na capital paulista. Todas elas são gratuitas.
Centro Cultural Fiesp
"J. Borges – O Mestre da Xilogravura" reúne 66 xilogravuras do artista, que recria um imaginário de festas populares em obras cheias de cores. Além de peças importantes na trajetória do artista, considerado por Ariano Suassuna como um grande gravador popular do país, há dez trabalhos inéditos dele na exposição.
Av. Paulista, 1.313, Bela Vista, região central, centroculturalfiesp.com.br. Até 7/8. Qua. a dom., 10h às 20h. Gratuito
Galeria Millan
O artista paraguaio Feliciano Centurión, que já foi apresentado numa Bienal de São Paulo, tem sua primeira individual no país. Peças que ele garimpava na rua, que se tornaram obras com bordados e crochês, remetem a um ambiente doméstico e infantil com colchas de travesseiros estampadas. Centurión se refere ainda a uma iconografia cristã e a uma herança Guarani, povo que habita vários países da América do Sul.
R. Fradique Coutinho, 1.360, Pinheiros, zona oeste, galeriamillan.com.br. Até 9/4. Seg. a sex., 10h às 19h. Gratuito
Nara Roesler
A galeria apresenta duas mostras simultâneas. "Ao que Vai Nascer: Isaac Julien, Elian Almeida, Virginia Medeiros", organizado pelo Luis Pérez-Oramas, se organiza em torno de fotografias de "Lessons of The Hour", instalação em vídeo de Julien que chega ao Brasil pela primeira vez e que dialoga com o celebrado afro-americano e abolicionista Frederick Douglass. Já "Voarei com as Asas que os Urubus me Deram" reúne obras do artista André Griffo, que fala sobre estruturas de poder no país.
Av. Europa, 655, Jardim Europa, região oeste, nararoesler.art. Até 21/5. Seg. a sex.,10h às 19h; sáb., 11h às 15h. Gratuito
Janaina Torres Galerias
O mineiro Pedro Moraleida teve uma trajetória curta nas artes visuais. Ele, que se matou aos 22 anos, deixou trabalho de cores intensas, que flertam com clássicos do Renascimento até a cultura underground. Nessa mostra com obras inéditas, a galeria selecionou mais de cem trabalhos entre os 1.900 que o artista produziu.
R. Vitorino Carmilo, 427, Barra Funda, região oeste, janainatorres.com.br. Até 26/5. Ter. a sex., 10h às 19h; sáb., 10h às 17h. Gratuito. 18 anos
Jaqueline Martins
Luiz Alphonsus teve seu trabalho atravessado pelo clima político dos anos 1960 e 1970, em plena ditadura militar. A mostra do artista, que fez parte de uma geração denominada de Tranca Ruas, reúne 30 obras.
R. Dr. Cesário Mota Júnior, 443, Santa Cecília, região central, galeriajaquelinemartins.com.br. Até 25/6. Ter. a sex. 10h às 19h. Sáb. 12h às 17h. Gratuito
Galeria Mendes Wood DM
Lynda Benglis é um nome de peso das artes visuais nos Estados Unidos, principalmente da geração dos anos 1960. Conhecida por seus trabalhos com látex derramados, a americana é apresentada na galeria com obras de grandes dimensões que trabalham a ideia de gestos congelados.
R. Barra Funda, 216, Barra Funda, região oeste, mendeswooddm.com. Até 29/5. Seg. a sáb., 11h às 19h. Gratuito
Almeida & Dale
"Ilê Funfun" é uma homenagem ao centenário do baiano Rubem Valentim. "O Templo de Oxalá", conjunto de obras que pertence ao Museu de Arte Moderna da Bahia, vai ser exibido pela primeira vez em São Paulo.
R. Caconde, 152, Jardim Paulista, região oeste, almeidaedale.com.br. Até 14/5. Seg. à sex., 10h às 18h; sáb., 11h às 16h. Gratuito
Galeria Vermelho
A instituição recebe duas exposições de artistas recém-chegados ao espaço, Ana Amorim e André Vargas. Enquanto Amorim se dedica a ações de longa duração que recusou por muito tempo serem expostas em galerias comerciais ou locais que cobrassem ingressos, Vargas cruza referências religiosas e de culturas afro-diaspóricas.
R. Minas Gerais, 350, Higienópolis, região central, galeriavermelho.com.br. Até 30/4. Ter. a sex., 10h às 19h; sáb., 11h às 17h. Gratuito
Casa Zalszupin
Claudia Moreira Salles organiza "Afinidades Eletivas", com uma seleção de obras e peças de design. Nessa parceria com a Almeida & Dale, ela traz trabalhos de artistas como Lygia Pape, Geraldo de Barros e Alberto da Veiga Guignard. É também uma oportunidade de conhecer a casa do designer Jorge Zalszupin, escondida atrás de uma grande árvore centenária.
Endereço fornecido após o agendamento. Até 21/5. Seg. a sex., 10h às 17h; sáb., 10h às 14h. Visitas agendadas em casazalszupin.com. Gratuito
Galeria Superfície
A crítica de arte Lisette Lagnado, que fez a primeira retrospectiva de José Leonilson, agora organiza essa mostra de 20 trabalhos do artista, conhecido por seus bordados. A exposição explora a afinidade das obras com o poeta grego Konstantinos Kavafís.
R. Oscar Freire, 240, Jardim Paulista, região oeste, galeriasuperficie.com.br. Até 6/6. Ter. a sex., 10h às 19h; sáb., 11h às 17h. Gratuito
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