"Caramba, mano", diz um jovem animado ao colocar o indicador em um conjunto de esferas espelhadas do Museu Catavento. Por meio da óptica, campo da física, a instalação cria réplicas do dedo, todas apontando para onde foi tocada.
Conceitos científicos de diferentes áreas são expostos de forma semelhante no museu. "Nossa missão é transformar ciência em linguagem divertida, interativa e fácil de entender", diz Paula Paiva, gerente técnica da instituição.
Criado em 2009 pelo governo estadual, o local tem coleção variada. O acervo contempla itens como aviões e insetos, mas a maior parte do catálogo é de exposições fixas, como as das esferas espelhadas, desenvolvidas com cientistas. São mais de 200 instalações, separadas em quatro temas.
Logo na entrada do museu está a seção Universo, sobre astronomia. Entre réplicas do céu estrelado, repousa um fragmento de meteorito de 8 kg descoberto na Argentina em 1576. Uma placa instrui o público a tocá-lo e depois cheirar as mãos —fungada que traz odor metálico.
O espaço termina com a réplica de uma caverna e painéis sobre o aparecimento dos primeiros seres vivos na Terra. É o começo da seção Vida, que apresenta o mundo animal.
Ela traz cantos de pássaros gravados, aranhas cristalizadas e uma réplica de tigre dente-de-sabre. Aparecem reproduções de crânios humanos que explicam a evolução das espécies, até a criação das primeira ferramentas.
Na sequência, a seção Engenho abriga um dos painéis mais famosas do museu, o gerador de Van de Graaff. Ele arrepia os cabelos de quem o toca. O espaço ainda traz brincadeiras sobre eletromagnetismo com imãs.
Invenções humanas levam o visitante à última parte, Sociedade, com instalações sobre história e educação. Lá, uma parede de escalada traz retratos de personagens históricos, como Leonardo da Vinci, que contam as suas histórias em áudio.
Dentro do museu, há instalações que só podem ser acessadas com retirada de senha, como o borboletário, o laboratório de química ou a sala de realidade virtual sobre dinossauros brasileiros. São atividades que exigem tempo e têm espaços menores.
"O Catavento tem estilo que não se limita à contemplação. É um modelo que tem funcionado", diz Paiva. Ela diz que a instituição recebe cerca de 800 mil visitantes anuais, número que considera também o público de mostras pontuais em outras cidades. Quase 70% do público é espontâneo.
"Tenho uma teoria", continua ela. "As crianças vêm com as escolas e gostam tanto que pedem para voltar com os pais, que também se divertem. É muita coisa para ver em um dia só. Precisa pelo menos de três para ver tudo."
Museu Catavento
Fundação: 2009
Tamanho: 3 andares, 13 mil m²
Onde comer: cafeteria
Como chegar: 1 km das estações Dom Pedro 2° (vermelha) e São Bento (azul)
Endereço: av. Mercúrio, Parque Dom Pedro 2°, s/n, região central
Preço: R$ 18. Grátis às terças , 1º dom. do mês e 2ª qua. do mês
Horário: Ter. a dom., das 9h às 17h
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