É só Guilherme Leme e uma cadeira no palco de "O Estrangeiro". Com texto do escritor francês Albert Camus, a peça chama a atenção pela desmotivação e apatia gritante do personagem Meursault, que acaba de perder a mãe e se vê envolvido em um crime --tudo isso sem esboçar a emoção que as pessoas esperam dele.
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"Foi realmente muito difícil encontrar a apatia emocional do Meursault, principalmente traduzir isso fisicamente, pois tenho uma tendência forte para o uso do corpo em minhas montagens", conta Guilherme.
"Mas Vera Holtz [a diretora] insistiu bastante nessa quase imobilidade para que eu pudesse dar maior ênfase à palavra, para que a palavra se tornasse física, concreta."
O monólogo, que fica em cartaz no teatro Cacilda Becker (zona oeste de São Paulo) até 4 de março, também ganha força com a iluminação de Maneco Quinderé e cenografia de Aurora dos Campos.
E o público, o que comenta? "Que parece que assistiram a um filme, vendo todos os cenários e personagens. Muitos também dizem que ficam com a impressão de terem acabado de ler um livro", diz o ator.
Sobre o porquê de ver a peça, Guilherme diz que sempre vale a pena conhecer ou rever um clássico --e relembra os 70 anos de existência de "O Estrangeiro", uma das maiores obras literárias do século 20. "Acho interessante ver como outros artistas podem reler essas obras."
A peça tem sessões às sextas, aos sábados e aos domingos, com ingressos a R$ 20.
Guilherme Leme também assina a direção de "Filha Mãe Avó Puta - Uma Entrevista", que estreia em 28 de fevereiro no CCBB (centro de São Paulo).
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