Eleito o melhor da cidade, Teatro Anchieta faz curadoria de obras clássicas e contemporâneas

Espaço histórico no Sesc Consolação é palco de festivais, projetos de música instrumental e debates

Imagem da parte interna do Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, região central da cidade
Imagem da parte interna do Teatro Anchieta, no Sesc Consolação, região central da cidade - Adriano Vizoni/Folhapress
São Paulo

A cerca de dez minutos a pé da estação Mackenzie-Higienópolis do metrô, na Vila Buarque, está a primeira unidade do Sesc na capital paulista. O local abriga o Teatro Anchieta, um dos palcos mais emblemáticos de São Paulo e o vencedor da categoria melhor teatro nesta edição de O Melhor de São Paulo.

Inaugurado em 1967, o projeto da sala contou com a colaboração de Aldo Calvo (1906-1991), cenógrafo e figurinista, e do artista plástico e paisagista Burle Marx (1909-1994), responsável pelo pano de boca de cena que até hoje adorna a caixa preta.

Por ali passariam grandes nomes da arte brasileira, como Bibi Ferreira (1922-2019), Paulo José (1937-2021) e Raul Cortez (1932-2006). E ali se instalaria, nos anos seguintes, o Centro de Pesquisa Teatral (CPT), fundado por Antunes Filho e coordenado por ele até sua morte, em 2019. Além de cursos e oficinas, a iniciativa tem a função de preservar memórias e realizar a sua difusão.

O Teatro Anchieta é conhecido por ter uma programação criteriosa, que abrange desde montagens clássicas até obras contemporâneas, livres de apelos comerciais. Recentemente, uma versão feita por drag queens de "Rei Lear", peça escrita por William Shakespeare, esteve em cartaz no Anchieta. A montagem, feita pela Cia. Extemporânea, fez sucesso entre público e crítica.

Neste mês, o espaço abrigou atividades do Extensão Mirada, parte do Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, realizado pelo Sesc São Paulo. O evento, que nesta edição homenageou o Peru, levou ao palco do Sesc Consolação novos e renomados criadores culturais, além de discussões sobre identidade, realidades e crises sociais e políticas.

Além da curadoria, o teatro se destaca pelos ambientes. Ao entrar, os visitantes são recebidos por um saguão pequeno, mas acolhedor, que oferece um espaço confortável para aguardar o começo dos espetáculos.

No local, há um café próprio, que serve bebidas quentes ou frias e lanches doces ou salgados. Para quem preferir uma refeição completa, é possível escolher entre saladas, massas e até sopas.

Dentro da sala de espetáculos, os visitantes se acomodam em assentos dispostos em um único pavimento, com 280 lugares. A inclinação do piso proporciona ótima visão para o palco em toda a extensão da plateia elevada.

As poltronas são confortáveis e seguem uma distribuição que facilita a locomoção entre os assentos.

Caso haja dúvida na hora de escolher uma poltrona, o espectador pode usar o tour virtual disponível no site do teatro para saber como será a visão do espetáculo. Na plataforma também é possível explorar foyer, camarins, coxias e cabine de luz e som, para aqueles interessados no funcionamento da casa.

A acústica da sala também merece destaque. Tanto que o teatro atualmente recebe espetáculos semanais do projeto Instrumental Sesc Brasil, que existe desde os anos 1980. Apresentam-se, no local, = artistas de diversas vertentes, que podem ser acompanhados de forma presencial ou em transmissão pelo YouTube.

Já passaram por lá nomes como Guilherme Pimenta —violinista que une improviso e música popular aos concertos clássicos— e Felipe Gomide, cujo trabalho tem influências de manifestações regionais brasileiras misturadas a músicas criadas por povos árabes, ciganos e também turcos.

Nos últimos anos, o espaço tem ampliado sua presença nas mídias digitais, atraindo novos público. No Instagram da unidade, por exemplo, são divulgadas as futuras montagens que ocuparão a casa, além de vídeos de teor informativos sobre eventos culturais e até recomendações de programas para os fins de semana.

TEATRO ANCHIETA
R. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, região central, @sescconsolacao

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