Um espetáculo plástico, de forte impacto visual e quase sem palavra é o que o norte-americano Bob Wilson apresenta a partir deste sábado (14), no Sesc Belenzinho (zona leste de São Paulo), com ingressos esgotados.
Considerado um dos grandes nomes do teatro experimental, Wilson, 70, traz sua versão de "A Última Gravação de Krapp", de Samuel Beckett, em que atua, dirige e assina iluminação e cenografia.
A peça retrata um septuagenário que se senta para gravar seus pensamentos, como faz todos os anos. Antes, porém, decide ouvir uma fita antiga, em que mal se reconhece.
Minimalista e simples, o trabalho de Wilson dialoga com o do próprio Beckett. O encenador valoriza os momentos de silêncio e dá força à expressividade corporal --sua interpretação lembra a de mestres do cinema mudo, como Chaplin e Buster Keaton.
"Para mim, a primeira dificuldade em fazer Beckett é saber lidar com os silêncios. A segunda é como achar o humor. Além disso, o texto dele é muito visual", diz Wilson.
Mas essa é apenas a primeira de uma série de obras que o diretor traz à cidade. Na segunda (16/4), às 20h30, o CineSesc (centro de São Paulo) exibe o filme "Absolute Wilson" com a presença do artista.
Em novembro, estão previstas mais duas peças no Sesc Pinheiros (zona oeste): "Ópera dos Três Vinténs", de Bertolt Brecht, e "Lulu", de Frank Wedekind e trilha sonora de Lou Reed. Wilson ainda prepara uma nova montagem com profissionais brasileiros.
Informe-se sobre "A Última Gravação de Krapp"
Absolute Wilson. Cinesesc - r. Augusta, 2.075, Cerqueira César, centro, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3087-0500. Seg. (16): 20h30. Retirar o ingresso com uma hora de antecedência. Grátis.
23h00
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