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Cinema

Documentário narra trajetória de juíza da Suprema Corte americana de forma inventiva

História de Ruth Bader Ginsburg é contada em longa de Betsy West e Julie Cohen

São Paulo

A Juíza

  • Classificação Livre
  • Produção EUA, 2018. 98 min
  • Direção Julie Cohen e Betsy West

Em março, os cinemas brasileiros exibiram, sem repercussão, “Suprema”, filme em que a atriz Felicity Jones personificava Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte americana. A personagem real se notabilizou por ganhar causas que mudaram leis de seu país para igualar o tratamento jurídico dado para as mulheres àquele concedido aos homens.

É um filme fraco, uma cinebiografia que poderia ter explorado melhor a figura de Ginsburg, e essa deficiência fica mais clara numa comparação com a chegada aos cinemas de “A Juíza”, documentário bem mais interessante sobre a trajetória de um ícone.

Dirigido por Betsy West e Julie Cohen, tem uma edição primorosa. A narrativa é conduzida por trechos da audiência de Ginsburg no Congresso, quando foi sabatinada para ter aprovada a indicação de seu nome à corte.

O talento das diretoras e roteiristas foi pinçar declarações da juíza, diante de uma bancada congressista de homens carrancudos, e com cada um desses trechos fazer a ligação com as cenas seguintes. São ouvidas pessoas de vários extratos, de colegas de escola da menina Ruth a Bill Clinton.

A parte tranquila do documentário foca a família. Ginsburg teve total apoio e carinho do marido, também advogado que cedeu espaço para a ascensão da companheira. Talvez a parte mais interessante e vibrante do filme seja a descrição de casos vencidos por ela e que ajudaram a mudar as leis americanas.

Mas há espaço para críticos e detratores da juíza. A maior parte deles é de apoiadores de Donald Trump diante de uma bombástica declaração de Ginsburg. Octogenária e ainda na corte, ela disse durante a campanha eleitoral que Trump era um farsante.

Há reclamações dela também por parte dos democratas. Ela é criticada por não ter se aposentado no governo anterior, o que permitiria ao então presidente Barack Obama indicar um nome liberal para a substituição. Saindo no governo Trump, abre espaço para um nome mais conservador.

“A Juíza” é um desses esforços que transportam os documentários para uma opção inventiva de entretenimento, mesmo presos ao mundo real.

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