Sindicato de cinemas de SP contesta prefeitura sobre adiamento para reabertura das salas

Setor reclama de falta de diálogo com a gestão Covas e diz que há risco de demissões

São Paulo

Ainda sem previsão para a reabertura dos cinemas da capital, o sindicato das empresas exibidoras de SP reclama da falta de diálogo com a prefeitura para o retorno das atividades. De acordo com Paulo Lui, presidente da entidade foi protocolado um ofício, na primeira semana de agosto, solicitando uma reunião com a gestão Bruno Covas para definir a questão. Até agora, contudo, não houve resposta.

A insatisfação do setor se dá pelo desencontro de critérios estabelecidos pelas autoridades. Em julho, o governo estadual indicou a possibilidade de reabertura de teatros e cinemas no dia 27 daquele mês, quando completasse quatro semanas na fase amarela do Plano São Paulo.

Às vésperas dessa data, Covas anunciou que as atividades somente seriam retomadas quando a capital chegasse à fase verde –ainda sem data para acontecer. E as empresas exibidoras souberam disso apenas pela imprensa, sem comunicação oficial, de acordo com Lui. O Petra Belas Artes já havia, inclusive, anunciado o retorno para o dia 6 de agosto.

"A gente gostaria de entender por que a prefeitura está adotando um critério diferente se o comitê de combate ao coronavírus, que é pautado pela ciência, liberou". Segundo Lui, as salas estão prontas para a reabertura. "Até porque temos a questão dos funcionários, que mantivemos praticamente todos. Se [a reabertura] demorar mais, pode haver demissões". Não há uma contagem oficial, mas, segundo o sindicato, os cinemas da capital têm, pelo menos, três mil funcionários.

Em nota, a Prefeitura informou que a Spcine vai realizar "nos próximos dias" uma reunião com o setor audiovisual para esclarecer os detalhes do protocolo de reabertura das salas de cinema.

Todos os cinemas da capital estão fechados desde o fim de março numa tentativa de conter o avanço da disseminação do coronavírus. De acordo com números do sindicato, há na capital 58 cinemas, com cerca de 350 salas na capital.

O protocolo já elaborado pelo setor para a reabertura das salas de cinema inclui o uso de máscaras por clientes e funcionários durante toda a permanência no local (exceto quando estiverem consumindo alimentos, o que só pode ser feito dentro da sala, no assento reservado) e oferta de álcool em gel em todos os espaços comuns. As novas práticas incluem ainda limpeza reforçada de poltronas e braços entre as sessões, intervalo maior entre os filmes e vídeo informativo antes dos trailers.

De acordo com o sindicato, no ato da compra dos ingressos, o sistema de gerenciamento automaticamente bloqueará as poltronas à esquerda e à direita daqueles selecionados. "Queremos mostrar, como mostramos para o Governo do Estado, que o cinema é um lugar tranquilo e seguro, especialmente quando comparado a outros setores que já estão em atividade", afirma Lui.

Festival de Volta para o Cinema
Nas cidades onde as salas já estiverem abertas, será realizado, a partir de 3 de setembro, o Festival de Volta para o Cinema. A iniciativa une estúdios, exibidores e produtores de todo o Brasil. A programação inclui 26 títulos, de clássicos como "Os Bons Companheiros" (1990) a sucessos recentes como "Homem-Aranha: No Aranhaverso" (2019), com ingressos a partir de R$ 5.

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas

Ver mais