E se, de repente, sem motivo aparente, toda a população de uma cidade começasse a ficar cega? Quais mudanças ocorreriam na rotina de cada um e na organização da sociedade como um todo? Esse exercício, apresentar uma versão do que poderia acontecer em um mundo repentinamente cego, é o assunto central do filme "Ensaio sobre a Cegueira" ("Blindness", Canadá / Brasil / Japão, 2008), que chega aos cinemas nesta sexta-feira (12).
O longa-metragem, dirigido por Fernando Meirelles, é uma adaptação do livro homônimo do escritor português José Saramago, prêmio Nobel de Literatura em 1998.
Assim como no romance, o filme parte do instante em que um homem está em seu carro, esperando o semáforo ficar verde, quando, sem nenhum motivo, fica cego, ou melhor, mergulha em um branco intenso, como se olhasse no interior de um mar de leite.
Essa é a primeira vítima de uma epidemia que se alastra rapidamente por uma cidade não identificada. Aliás, nenhum dos personagens tem nome. O primeiro cego procura um médico, que não consegue descobrir de que mal ele foi acometido. Ao chegar em casa, o homem relata o ocorrido a sua mulher. Ela, a mulher do médico, interpretada por Julianne Moore (atriz indicada quatro vezes ao Oscar), é aparentemente a única imune à epidemia.
Com o intuito de evitar que a cegueira infectasse mais pessoas, o governo leva grupos de cegos para locais isolados, onde devem ficar em quarentena. O médico (Mark Ruffalo), um dos primeiros a ficar cego, é levado a um desses espaço. Para não abandonar seu marido, a mulher do médico finge estar cega e segue com ele para o que parece ser um hospício ou hospital abandonado.
É através dessa mulher, a única que enxerga em um mundo cada vez mais cheio de cegos, que o espectador vê o mundo e a degradação crescente na vida e na ordem social. Além disso, é possível acompanhar a pressão e a responsabilidade crescente que pesa sobre a personagem, que lidera um grupo de sete pessoas e ainda tenta ajudar os outros cegos.
Embora praticamente toda a ação apresentada no livro esteja contida no filme, perdem-se as reflexões e o tempo criado por Saramago. Talvez por conta da diferença nas linguagens, o longa traz o factual, mas não consegue recriar o ambiente e as sensações que fizeram da obra um sucesso mundial.
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Direção: Fernando Meirelles. Duração: 121 minutos. Classificação etária: 16 anos. | Leia mais no roteiro |
As informações estão atualizadas até a data acima. Sugerimos contatar o local para confirmar as informações |
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