Escape rooms voltam a funcionar em SP, agora também com versões online e até delivery

Após meses fechados, jogos de fuga recebem o público presencialmente e se adaptam à pandemia

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São Paulo

Chegou aos cinemas nesta quinta, dia 16, o filme "Escape Room 2: Tensão Máxima", filme que dá sequência à franquia de terror sobre pessoas que precisam desvendar pistas para escapar de uma sala com perigos mortais. E, com a estreia, surge a pergunta —o que aconteceu com as salas de jogos de fuga, que ensaiaram se tornar moda em São Paulo anos atrás?

Fora das telas, os escape rooms paulistanos passaram meses fechados, tentando sobreviver durante a pandemia de Covid-19. Os espaços, que chegaram a ter 25 salas na capital cinco anos atrás, voltaram a receber o público presencialmente após o afrouxamento das normas da quarentena.

Nesses lugares, o objetivo é desvendar uma série de enigmas em grupo para escapar de uma sala em até uma hora. Sim, uma sala fechada e cheia de gente, o que explica a brincadeira ter patinado durante a pandemia. ​

Com o funcionamento suspenso para conter a transmissão do vírus, algumas empresas chegaram a criar versões online dos jogos. Foi o caso da Escape 60, que tem três unidades na capital e criou uma modalidade virtual do desafio. Houve também quem tentou recorrer às lives, como a Escape Júnior, que logo desistiu de continuar investindo em novos jogos online. Hoje, as lives ainda ocorrem, mas com pouca frequência.

Há espaços ainda que criaram jogos enviados por delivery, como o Escape Time, que envia para a casa dos clientes uma versão compacta do jogo, em uma caixa, que pode ser jogado por 24 horas —o objetivo é abri-las com a ajuda de pistas e dicas. Eles contam ainda com uma espécie de food truck, que tem um jogo de fuga dentro do veículo.

Caminhão com o jogo 'Operação Resgate' da Escape Time; o veículo imita uma ambulância
Caminhão com o jogo 'Operação Resgate' da Escape Time; o veículo imita uma ambulância - Divulgação

As empresas que sobreviveram à pandemia em São Paulo e estão hoje de portas abertas obedecem aos protocolos de segurança e exigem o uso de máscaras e de álcool em gel. Além disso, nos cinco lugares citados a seguir, só pode entrar nas salas um grupo de amigos por vez —ou seja, pessoas que não se conhecem não são misturadas dentro dos espaços fechados.

Portanto, se for sair de casa para ir até um desses escape rooms, vá com pessoas com quem já esteja convivendo. E, se ainda não se sentir seguro para sair de casa, é possível aproveitar as versões virtuais e para delivery de alguns dos jogos.

Escape 60
Antes da pandemia, eram 12 unidades abertas no Brasil. Hoje são oito em funcionamento e duas fechadas temporariamente. Na capital paulista, há três salas —enquanto a unidade dos Jardins encerrou as atividades, uma nova em Pinheiros foi aberta em maio deste ano. Desde que o coronavírus se espalhou pelo país, a rede apostou em jogos online e em opções enviadas por delivery para brincar em casa. Nestas versões, o objetivo é desvendar enigmas para abrir caixas e maletas em até 24 horas, tempo em que a caixa fica na casa do cliente.

Nas unidades físicas, há salas temáticas com temas assustadores, como a que simula um manicômio e a que reproduz um navio assombrado. Mas crianças também podem se divertir, com ambientes inspirados em "Bob Esponja" e "Chaves". Segundo a empresa, os jogos presenciais ainda não retomaram a força de antes da pandemia —eles dizem que recebem hoje cerca de 70% do público que costumava visitar os espaços em 2019.

O Escape 60 também criou um jogo online temático sobre o filme “Escape Room 2: Tensão Máxima”, que fica disponível a partir desta quinta, dia 16, quando o filme estreia. Para jogar, é preciso acessar o escape60.com.br/e60play —mas, até 30 de setembro, só brinca quem for cliente do programa Meu Cinemark.

Três unidades em São Paulo. Endereços e horários em escape60.com.br. Ingr.: R$ 89,90 p/ pessoa, c/ mínimo de dois ou quatro participantes a depender da sala. Reservas p/ escape60.com.br/selecione-uma-unidade-escape60-2/


Escape Júnior
Com proposta de atender a família, a empresa aceita crianças com mais de oito anos. Os temas são mais lúdicos, menos aterrorizantes e menos complicados. Na sala O Porão do Navio Pirata, por exemplo, há um tesouro que deve ser descoberto. O lugar tinha acabado de inaugurar um novo espaço quando precisou fechar as portas em março do ano passado.

A empresa diz que só conseguiu se manter de pé por causa de um acordo feito com o proprietário do imóvel para o aluguel do local. Uma das ideias para continuar funcionando na pandemia foi criar um jogo online pelo Zoom, em que as crianças ajudavam um professor atrapalhado a escapar de uma das salas.

“O jogo online não chegou a 10% do orçamento que a gente precisava para ficar com o local aberto. Mantivemos por teimosia”, diz Henrique Sitchin, que divide o negócio com Karina Prall. Quem for jogar presencialmente deve usar máscara o tempo todo.

Escape Júnior, que aceita crianças a partir de 8 anos, tem salas com temas mais lúdicos; na sala O Porão do Navio Pirata, por exemplo, há um tesouro que deve ser descoberto
Escape Júnior, que aceita crianças a partir de 8 anos, tem salas com temas mais lúdicos; na sala O Porão do Navio Pirata, por exemplo, há um tesouro que deve ser descoberto - Henrique Sitchin/Divulgação

R. Brentano, 513, Vila Leopoldina, região oeste, tel. (11) 94298-0444. De ter. a dom., das 9h30 às 19h30. Ingr.: R$ 70 por pessoa, c/ mínimo de três participantes na sala e reserva p/ escapejunior.com.br/reservas


Escape Hotel
Os jogos online salvaram o Escape Hotel durante a pandemia, diz a empresa. Na versão virtual, um ator que ficava presencialmente em uma sala de jogo era guiado pelo público numa transmissão ao vivo feita por chamada de vídeo. Mas o público mudou desde o ano passado.

“Essa modalidade se tornou um sucesso nas dinâmicas de empresas, para processos de integração e team building, treinamentos, processo de seleção e confraternizações”, diz Patrícia Estefano, sócia-proprietária do Escape Hotel.

O negócio hoje faz eventos online com até 40 pessoas. “Fazemos jogos em inglês e espanhol e para diversos países da América Latina e da Europa”, acrescenta Estefano. A rede conseguiu manter suas duas unidades de pé durante a pandemia, que hoje funcionam com 12 salas temáticas.

Duas unidades em São Paulo. Endereços e horários em escapehotel.com.br. Ingr.: de R$ 85 a R$ 95 por pessoa, c/ mínimo de dois participantes na sala e reservas p/ escapehotel.com.br


Escape Now
Antes da pandemia, eram oito unidades funcinando no estado de São Paulo. De lá para cá, sobrou apenas uma, na Mooca. O Escape Now ficou fechado de março de 2020 até fevereiro deste ano. O local suspendeu as atividades novamente em maio e foi reaberto de vez em junho. Por lá, não houve a criação de um jogo online. “A gente percebeu que não teria a mesma graça”, diz Rodrigo Noma, sócio da companhia. Para ele, os jogos virtuais não passam a mesma experiência da versão presencial.

Uma dica para quem gosta de se assustar é a nova sala que será aberta por lá em até dois meses. Chamada Jogos Mortais 2, uma referência à franquia de filmes de terror, ela teve uma primeira versão feita em 2019 —segundo Noma, na época 40 pessoas desistiram de tentar fugir do local.

R. Padre Raposo, 99, Mooca, região leste, Instagram @escapenowoficial. Ingr.: R$ 50 p/ pessoa, c/ mínimo de quatro participantes na sala e agendamento p/ escapenow.com.br. A partir de outubro, os ingressos vão sair a R$ 69,90


Escape Time
Com três unidades fechadas no país durante a pandemia, a rede tentou driblar as dificuldades apostando nos jogos de fuga online, mas também em versões para delivery, que tem duas modalidades. Em uma, os jogos de fuga são mandados dentro de caixas, que devem ser abertas a partir da solução de enigmas —as maletas são mandadas para a casa dos clientes, ficam com as pessoas durante um dia inteiro e custam a partir de R$ 199.

A opção mais diferentona, porém, vai dentro de um caminhão. O TruckEscape tem ingresso de R$ 99 por pessoa, aceita um mínimo de oito participantes e é uma tentativa de criar um escape room móvel. O Operação Resgate, por exemplo, imita uma ambulância na qual os participantes devem encontrar um antídoto contra um vírus letal.

Segundo a Escape Time, isso já era feito para empresas e eventos corporativos antes da pandemia, mas o fechamento do espaço físico fez com que a rede oferecesse isso a qualquer cliente.

Quem for presencialmente aos espaços vai ter que usar máscara nas áreas comuns, mas a empresa diz não obrigar o uso durante o jogo, já que apenas pessoas conhecidas brincam entre si. A legislação paulista, entretanto, exige o uso do equipamente de segurança em todos os locais e não faz diferenciação em relação ao grau de relacionamento ou de parentesco —em caso de descumprimento e não uso de máscara, a multa para as pessoas é de R$ 552,71; para os estabelecimentos, é de R$ 5.294,38 por frequentador que estiver sem proteção.

Duas unidades em São Paulo. Endereços e horários em escapetime.com.br/. Ingr.: R$ 89 p/ pessoa, c/ mínimo de três participantes na sala e reservas p/ escapetime.com.br

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