Gucci abre casarão exclusivo em SP, com direito a alfaiates da Itália e espaço 'faça-você-mesmo'

Universo hipercromático, que já rodou o mundo, chega ao Brasil em espaço em Higienópolis

São Paulo

Uma das principais grifes de luxo do mundo e tema de um aguardado filme sobre sua história de glamour, sexo e assassinato, a ser lançado no próximo dia 25 de novembro, a Gucci traz a São Paulo um pedaço, ainda que ínfimo, de seu legado de 100 anos recém-completados.

O universo hipercromático do atual diretor criativo da marca, Alessandro Michele, desembarca terça-feira (16) na Casa Higienópolis, na região central, dentro do projeto intitulado Gucci Space, que já rodou o mundo e, no início deste ano, tomou a Cidade do México.

Trata-se de uma espécie de ocupação com propósito comercial, aqui, fincado na Casa Higienópolis. O prédio dos anos 1920, que hoje pertence ao grupo Iguatemi, e seus vitrais de origem belga, irão compor as várias salas dos dois andares superiores que receberam a decoração cheia de elementos visuais surrealistas, objetos inanimados e, claro, produtos vindos da Itália.

A experiência é considerada o máximo da extravagância visual da Gucci, que tomou as ruas das capitais chiques e as passarelas dos últimos seis anos com sua estética nerd-vintage. O combo, por exemplo, incluirá a recepção de vendedores vindos da Itália especialmente para o projeto.

Os "guccimaníacos" encontrarão tudo o que só conseguem ver em desfiles ou em lojas do hemisfério norte, como as joias, o serviço sob medida da marca —alfaiates "importados" estarão na cidade–, as bolsas de pele exótica e um espaço de customização do tipo "faça você mesmo".

O prédio histórico escolhido para o projeto, listado no Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo, casa com a nova gestão criativa da marca, de resgatar o simbolismo do passado para incrementá-lo com signos de diferente culturas e ícones que parecem saídos dos contos de fadas –ou de terror, como visto em desfiles recentes.

Os mosaicos de murano, os tetos em madeira esculpida e o mobiliário antigo devem causar o estranhamento comum ao repertório da grife quando justapostos aos chifres de unicórnio, às conchas e aos morangos alados saídos da mente de Michele. A ideia é fazer da experiência um momento imersivo, onde, parece claro, os sonhos custam caro.

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Vista do Casarão Nhonhô Magalhães - 22.jan.2020 - Eduardo Knapp/Folhapress

Para embarcar na história, as pessoas devem agendar visita com algum dos vendedores ou gerente das lojas Gucci no país. O horário marcado permitiria um serviço personalizado e um sabor de exclusividade que agradaria quem pode pagar alguns milhares de reais pela viagem.

Num momento em que as portas da Europa e Estados Unidos estão semiabertas para brasileiros, consumidores vorazes dos corredores de luxo internacionais, a Gucci quer atingir as carteiras certas no final das comemorações de seu centenário.

Uma festa que culmina com Lady Gaga preenchendo as telas dos cinemas e, especula-se, a temporada de premiações em 2022.

Ainda que a marca afirme não ter aberto a própria carteira para a produção dirigida por Ridley Scott, abriu o guarda-roupa de décadas atrás para servir de material de pesquisa para o figurino do longa, que retrata o relacionamento turbulento entre Patrizia —Gaga— e Maurizio Gucci —Adam Driver. O "match" veio a calhar.

Não à toa, o último desfile da grife, ocorrido em Los Angeles no início deste mês, tomou a Hollywood Boulevard e costurou a aura glamorosa da indústria cinematográfica.

Devido às restrições da pandemia, não havia brasileiros entre os convidados da apresentação, batizada de Love Parade, ou desfile do amor). Então, até a segunda-feira (22), último dia para visitar o Gucci Space na região central, a marca espera provar, e talvez testar, a reciprocidade desse amor.

Gucci Space

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