Na Virada Cultural, saiba como se proteger da violência e o que fazer em caso de roubo ou furto

Dispersão da cracolândia pelo centro aumenta a sensação de insegurança na região

São Paulo

A sensação de insegurança no centro de São Paulo é um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas —sobretudo depois que a programação da Virada Cultural foi anunciada pela prefeitura e o evento foi confirmado para este fim de semana, nos dias 28 e 29.

As operações policiais na cracolândia, dispersando usuários para outros bairros e vias do centro, arrastões e furtos de celulares constantes têm deixado muitas pessoas apreensivas na hora de decidir se vão ou não assistir a algum show da Virada, que terá palcos na região do Anhangabaú.

Público com celulares à mostra no show "Ofertório", de Caetano Veloso e os filhos, no vale do Anhangabaú, na Virada Cultural de 2019
Público com celulares à mostra no show 'Ofertório', de Caetano Veloso e os filhos, no vale do Anhangabaú, na Virada Cultural de 2019 - Zanone Fraissat/Folhapress

Rafael Alcadipani, professor do segurança pública na Fundação Getúlio Vargas, comenta que a insegurança não é novidade e que historicamente os eventos no centro são lembrados pela violência. "A prioridade de quem vai a um evento aberto e com público grande no centro precisa ser a segurança", afirma.

Além da preocupação com a segurança física, é preciso também estar de olho na segurança digital, principalmente por causa das cada vez mais comuns fraudes bancárias causadas por clonagens de cartão e invasão de aplicativos bancários após furtos de celulares —portanto, não faça como as pessoas da foto acima e evite expor o seu aparelho no meio dos shows. Se for possível, nem leve o telefone.

​Aldo Albuquerque, pesquisador em segurança digital e vice-presidente da Tempest, diz que é preciso dificultar ao máximo o acesso aos aplicativos e tomar cuidados específicos. "Sempre anote o Imei do aparelho, por exemplo, para que a operadora possa bloqueá-lo em caso de roubo ", comenta.

Para aumentar a segurança de quem vai curtir a Virada Cultural e minimizar os estragos caso seja roubado, veja a seguir algumas dicas de segurança

Segurança física

• Não leve itens como joias, relógios e, se possível, celulares. Caso precise do aparelho para se comunicar ou chamar aplicativos de transporte, mantenha-o em um lugar de difícil acesso
• Leve apenas o dinheiro necessário e evite mexer nas notas em público
• Procure fazer trajetos com mais pessoas. Se for sozinho ao evento, não se afaste do restante do público;
• Descubra onde fica a base policial mais próxima. Caso algo ocorra, vá imediatamente até ela
• Nos primeiros sinais de tumulto ou confusão, saia do local ou entre no estabelecimento mais próximo


Segurança digital

• Antes de sair com o celular, anote sempre o número do Imei do aparelho —ele geralmente está na caixa, em uma etiqueta branca. Com esse dado, é possível ligar para a operadora e bloquear todas as funções do telefone, caso ele seja roubado. O número também será útil no boletim de ocorrência
• Sempre habilite a biometria, se o aparelho tiver essa opção. Escolha também uma senha complexa, de difícil dedução para desbloqueio
• Habilite senha do SIM Card —ou PIN. Caso o chip seja colocado em outro celular, ele só irá funcionar com essa senha
• Configure o aparelho para que não exiba na tela de bloqueio mensagens do sistema e notificações de aplicativos, emails ou SMS, pois isso pode ser útil para fraudadores
• Quando permitido, configure os aplicativos bancários para abertura apenas com senha e biometria. Se possível, remova temporariamente os apps de banco. Uma alternativa para quem tem dois celulares é utilizar esses aplicativos apenas em um deles, que deve ser deixado em casa
• Configure nos aplicativos de bancos limites diários baixos para transferências
• Nunca salve senhas e dados de cartões no celular —isso inclui aplicativos como WhatsApp
• Mantenha o aparelho e os aplicativos sempre atualizados
• Sempre que disponível, configure a opção de verificação em duas etapas nos aplicativos de mensagem e nas redes sociais

Fontes: Rafael Alcadipani, professor do segurança pública na FGV-SP, e Aldo Albuquerque, pesquisador em segurança digital

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