Exposição imersiva sobre Monet é adiada de novo em SP e não tem nova data de abertura

'Monet à Beira d'Água' apresenta 285 obras do pintor, mas sem nenhum quadro de verdade

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São Paulo

Não é em um museu, mas em uma tenda de 4.000 m² na região oeste de São Paulo que o pintor impressionista Claude Monet ganha uma exposição —sem quadros de verdade, como dita a moda das mostras imersivas e instagramaveis que tomam São Paulo nos últimos anos.

Só que o público terá que esperar. De novo. "Monet à Beira d’Água" abriria as portas nesta sexta (21), mas teve a inauguração adiada para este sábado (22), no parque Villa-Lobos, por causa de atrasos na montagem. De acordo com a organização, as chuvas na capital paulista atrasaram o cronograma.

Neste sábado, contudo, a organização mais uma vez não abriu as portas e adiou mais uma vez o início da exposição. Agora por tempo indeterminado, sem nova data para abertura, que deve ser anunciada nos próximos dias.

Montagem da Exposição Monet à Beira d'Água
Montagem da exposição 'Monet à Beira d'Água' - Karmim Kahn/Divulgação

Até a manhã deste sábado, equipes de montagem ainda faziam ajustes na cenografia e corriam contra o tempo para a inauguração. Na visita da reportagem ao espaço, ocorrida no fim da tarde de sexta, os testes das projeções ainda nem tinham sido feitos e não foi possível ver os recursos que tornam a mostra imersiva e instagramável.

Segundo a mostra, o novo adiamento ocorreu agora por motivos técnicos. Quem comprou ingressos para esses primeiros dias e foi prejudicado receberá o contato da organização. Vai ser possível solicitar um voucher e reagendar a visita ou pedir o reembolso da compra.

O público reclamou da falta de organização da mostra. Pessoas que tinham ingressos para este sábado chegaram a ir ao parque mas encontraram as portas fechadas e não puderam entrar. Relatos se multiplicam nas redes sociais, com relatos de visitantes que foram à toa ao local.

"Monet à Beira d'Água" é uma exposição é basicamente tecnológica sobre o pintor. Como diz o nome, ela busca levar o visitante por uma jornada que simula viagens que o francês fez ao longo da vida, sobretudo em suas paradas para retratar a natureza, geralmente à beira da água. Para isso, foram criadas projeções que poderão ser vistas em telas de 7,5 metros de altura e com um sistema de som tridimensional.

No total, 285 obras do pintor foram selecionadas para serem exibidas digitalmente, divididas em oito narrativas audiovisuais que buscam resumir a trajetória do impressionista. Assim como em outras mostras imersivas, tudo é pensado para que o público aproveite o cenário para tirar fotos que viralizem nas redes sociais.

Exposição "Monet à Beira d'Água", em montagem ainda no Rio de Janeiro
Exposição "Monet à Beira d'Água", em montagem ainda no Rio de Janeiro - Divulgação

Após uma passagem pelo Rio de Janeiro, a exposição chega a São Paulo com o dobro da área e quase triplicando o número de projetores.

Leo Rea Lé, diretor-executivo da Mira, empresa responsável pela exposição, afirma que, apesar do uso da tecnologia envolver todo o projeto, o digital não sobrepõe "o nível humano necessário para captar e traduzir os detalhes da obra".

Outro fator que faz parte da experiência é a paisagem externa à tenda, diz ele. Segundo Lé, existe um diálogo com o parque. "É um pouco da poesia das viagens de Monet", afirma. A escolha pelo artista, nas palavras do diretor-executivo, também acompanha a característica acessível de sua obra. "Monet é para todo mundo, não é preciso ser conhecedor de arte para entender."

A imersão também se dá no cardápio da área de alimentação, que serve lanches com nomes como "pastel obra de arte", "x-burguer impressionismo", "churros arte sobre tela" e "morango no palito flores de tinta". Apesar dos nomes conectados com a exposição e o pintor, as receitas são as tradicionais de sempre

Monet à Beira d'Água

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