Museu da Bolsa do Brasil, em SP, une mercado financeiro e cultura popular em programação

Mub3, no prédio da B3, tem atividades educativas como contação de história e leitura mediada

São Paulo

Em um prédio em estilo neoclássico, no centro histórico de São Paulo, está localizada a Bolsa de Valores. O seu interior, todo reformado, traz um ar moderno e tecnológico que contrasta com a região. No mezanino, sobre uma praça com bancos e sobre o enorme telão que mostra as variações do mercado, fica o Museu da Bolsa do Brasil, o Mub3, que exibe um acervo de obras ligadas ao mercado de capitais.

Museu da Bolsa do Brasil, o Mub3, em São Paulo
Museu da Bolsa do Brasil, o Mub3, em São Paulo - Divulgação

Inaugurado em agosto do ano passado, o espaço tenta aproximar as pessoas do mundo dos investimentos. Exemplo disso é a forma como um dos educadores exemplifica o que é a Bolsa: uma grande vaquinha.

A partir de cenários interativos e painéis tecnológicos, a exposição permanente exibe a história da Bolsa de Valores, instituição que existe há 103 anos, sua contribuição para o país e de que forma ela está presente no dia a dia dos brasileiros. "A gente está falando sobre um tema que precisa ser democratizado", diz Prisca Menegasso, coordenadora educativa do museu.

O percurso começa na época das primeiras transações de apólices e títulos, no final do século 19, passa pela fundação das Bolsas do Rio e de São Paulo, seus principais momentos, evolução e o que pode ser o futuro dessas instituições.

As ambientações têm mais um caráter informativo, exibindo documentos e imagens, e não exatamente obras artísticas. Uma das salas apresenta um escritório mercantil no qual o público pode se ver no lugar dos corretores oficiais —usando chapéu e casaco.

Em outra, é possível ver o telefone sem fio que os corretores usavam nos anos 2000, com efeitos sonoros que reforçam o estereótipo sobre o que é a bolsa: um aglomerado de homens de traje social gritando e fazendo gestos com as mãos.

Tudo isso partiu de uma investigação da equipe do museu para transformar esses temas em tese áridos em algo mais palpável.

Entre os recursos de acessibilidade há a maquete tátil de um pregão dos anos 1930, documentos oficiais e aparelhos de telefone que permitem entre ouvir conversas entre corretores e investidores da época.

Dessa forma, Menegasso crê que o museu contribui para criar uma consciência financeira ao explicar a atuação de instituições como o Banco Central, as corretoras e a Comissão de Valores Mobiliários.

O museu tem ainda um espaço com mediação de leitura e contação de histórias. A programação de 2023 pretende traçar relações entre a economia e a cultura popular, explicando como festas como a do Bumba-Meu-Boi movimentam o mercado.

"O patrimônio cultural e imaterial muitas vezes não é valorizado financeiramente", afirma a coordenadora. Assim, são abordadas nas atividades do museu tradições e elementos populares, destacando a influência deles sobre a dinâmica da economia. Essas atividades acontecem no segundo e quarto sábado do mês, às 10h30, às 11h e às 15h.

Museu da Bolsa do Brasil - Mub3

  • Quando Seg. a sex., das 9h às 18h
  • Onde R. Quinze de Novembro, 275, Centro Histórico
  • Preço Entrada gratuita
  • Acessibilidade

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