O personagem Max Bialystock é um veterano da Broadway que só produz fracassos e é malvisto no meio. Miguel Falabella é veterano dos musicais brasileiros, produz para a TV, o teatro e o cinema e recebe convites sem parar. Um está cansado das críticas e resolve produzir para ganhar dinheiro. O outro diz que cria “no esquema guerrilha” desde os anos 2000 e pretende continuar dessa maneira.
Apesar das diferenças, os dois se tornam um só no palco do Teatro Procópio Ferreira a partir desta sexta (20), quando Falabella reestreia “Os Produtores” 11 anos depois de dirigir a primeira montagem brasileira do musical.
Vencedor de 12 prêmios Tony, o espetáculo de Mel Brooks e Thomas Meehan é dirigido e protagonizado por Falabella. A trama narra uma reviravolta na carreira de Bialystock, renomado produtor da Broadway que está cansado de estrear fracassos de bilheteria.
Quando descobre, com a ajuda do contador Leo Bloom (Marco Luque) que às vezes um fracasso é mais lucrativo do que um sucesso, decide produzir a pior peça de todos os tempos. Para tal, tem a ajuda de Bloom e de Ulla (Danielle Winits), atriz bonita e sem talento.
Do elenco de 2007, a peça só manteve nesta versão, entre os protagonistas, o próprio Falabella. Danielle Winits, no entanto, aguardava pelo papel há 11 anos. A atriz, que deveria ser Ulla na versão anterior, descobriu estar grávida pouco tempo antes da estreia e teve que ceder o posto para Juliana Paes.
Outro destaque da produção é a estreia de Marco Luque em musicais. Nativo do stand-up, o comediante empresta sua veia humorística ao neurótico contador.
Mas não foi só o elenco que mudou. As cenas e cenários também tiveram que se adaptar, principalmente por questões de espaço, já que o Procópio Ferreira é menor do que o Tom Brasil, onde a peça estreou.
O que continua, segundo Falabella, são as dificuldades para se produzir musicais no país. A série de reestreias de peças celebradas, como “A Noviça Rebelde” e “Os Produtores”, de acordo com ele, é reflexo disso. “Estamos com medo de apostar em coisas novas. Vamos no certo para nos mantermos vivos. Se um espetáculo desse dá errado, é um buraco sem fim.
Teatro Procópio Ferreira - R. Augusta, 2.823, Cerqueira César, região oeste, tel. 3083-4475. 624 lugares. Qui. e sex.: 21h. Sáb.: 17h e 21h. Dom.: 15h30. Até 1º/7. Ingresso: R$ 50 a R$ 250.
Comentários
Ver todos os comentários