A retrospectiva da Mostra deste ano em homenagem ao 80º aniversário de Eduardo Coutinho comprova que seu cinema se desenvolveu em quatro grandes fases. A primeira década é dedicada ao cinema ficcional, a partir da explosão do cinema novo, do projeto interrompido para o primeiro e ainda ficcional "Cabra Marcado para Morrer" (1964) até seus primeiros trabalhos como diretor ("O Pacto", "O Homem que Comprou o Mundo" e "Faustão" ).
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Segue-se sua conversão para o documentário, em sua experiência televisiva nos anos 1970 com a primeira fase do "Globo Repórter" (sobretudo "Seis Dias em Ouricuri" e "Teodorico, o Imperador do Sertão" ). Sua primeira e maior obra-prima, na retomada de "Cabra" (1984) como filme não-ficcional, é de certa forma a conclusão daquele ciclo.
Depois de um hiato de produções pontuais principalmente em vídeo de quase uma década, Coutinho ressurgiu com novo vigor no final dos anos 1990 com o "cinema de conversa" que o celebrizou, de "Santo Forte" a "O Fim e o Princípio". Por fim, a partir de "Jogo de Cena" (2007), ei-lo reinventando-se a cada filme: "Moscou", "Um Dia na Vida" e "As Canções".
Eduardo Coutinho fixou uma imagem de cineasta de entrevistas. Nada mais falso. Basta saber ver --e ouvir.
Antes de cada sessão da retrospectiva do brasileiro será exibido "Porrada", seu novo curta.
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