Pedro Almodóvar, homenageado deste ano na 38ª Mostra Internacional de Cinema, é filho da redemocratização espanhola e um de seus mais importantes protagonistas. Nascido em 1939, dez anos após a implantação da ditadura de Francisco Franco (1892-1975), um regime moralista e extremamente conservador, Almodóvar cresceu em um ambiente no qual a imaginação era uma das poucas formas de liberdade. Antes de fazer cinema comercial, ele exibia projeções em bares de Madri, colocando a trilha e dublando todos os personagens ao vivo.
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Com o fim do franquismo, em 1976, tudo que era proibido tornou-se possível e o diretor incorporou toda forma de marginalidade (das drogas, da homossexualidade etc) em suas produções de forma natural.
É assim em "Maus Hábitos" (1983), por exemplo, no qual freiras viciadas em heroína convivem com prostitutas em um convento, um de seus filmes mais radicais e anticlericais.
Contudo, esse universo transgressor foi se sofisticando no decorrer dos anos. Um estupro como o que ocorre em "Kika" (1993), ainda de sua fase mais escrachada, acontece de maneira muito mais discreta em "Fale com Ela" (2002).
Mas, de certa forma, todos seus filmes falam sempre da mesma coisa: de como é possível criar possibilidades de existência fora dos padrões convencionais.
FILMES DO DIRETOR EM CARTAZ NA MOSTRA:
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
Pepi, Luci, Bom e Outras Garotas de Montão
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