O protagonista da peça "Sonata a Kreutzer - Uma História para o Século 19", Pózdnichev, é um homem cheio de ciúme que acaba matando a própria mulher. E dois atores, André Capuano e Ernani Sanchez, entram em cena para interpretar esse homem amargurado e confuso, que conta com detalhes como assassinou sua companheira e todos os motivos que o levaram a isso.
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O espetáculo é uma reconstrução do clássico de Lev Tolstói, feita por Cássio Pires, e tem direção de Marcelo Airoldi. A temporada no Sesc Pinheiros (zona oeste de São Paulo) vai até 23 de fevereiro, com sessões às sextas e aos sábados, com ingressos que custam de R$ 5 a R$ 20.
A opção de deixar o monólogo de lado (geralmente usado) e apostar em dois atores que dividem o mesmo personagem surgiu logo de início, segundo Capuano, que foi quem idealizou o projeto. "Queria mais possibilidade de jogo em cena, de variação de dinâmicas, de leituras do público, e isso aconteceu, felizmente", conta do "Guia".
O artista diz que ele e Sanchez constroem o personagem de maneiras distintas, tanto nas escolhas das ações, emoções, dos pensamentos e focos. "Colocamos diante do público Pózdnichev [o protagonista] bastante diferentes, complementares e contraditórios. E isso nos ajuda a transformar a novela em teatro, não sendo apenas encenação da literatura", completa.
Como se contando a história toda a um interlocutor imaginário, Capuano e Sanchez dividem falas, recriam cenários, discorrem sobre casamentos, obrigações das mulheres e sentimentos antagônicos, e prendem a atenção do público até o final, mesclando trechos tensos e divertidos.
Isso tudo alimentado pelo som da "Sonata a Kreutzer", de Beethoven, que é tocada em uma vitrola antiga e que faz ressurgir essas memórias conturbadas.
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