Saiba quais são os melhores cinemas de SP, segundo avaliação da Folha

Jurados do Guia percorreram quase 900 km, 107 salas e 56 endereços da capital paulista

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São Paulo

Os cinemas voltaram a todo o vapor em São Paulo. É verdade que o público ainda está tímido e com uma cautela importante por causa da pandemia de Covid-19, o que faz muitas sessões ficarem vazias, longe daquele burburinho de anos atrás. Mas os projetores estão ligados, todos os assentos já podem ser ocupados e as pipoqueiras trabalham aquecidas.

Pela primeira vez em 13 anos, a avaliação do Guia que elege os melhores cinemas paulistanos precisou fazer uma pausa. No ano passado, por causa do coronavírus, os endereços estavam envoltos num abre e fecha constante, e o cenário da cultura no país ainda era nebuloso. Não que o tempo tenha clareado totalmente, mas o ranking da Folha retoma os trabalhos agora, nesta que é a sua 14ª edição.

Ilustração feita para o especial de 25 anos do Guia da Folha - João Montanaro

A maratona cinéfila visitou 107 salas, em 56 cinemas da cidade, durante cerca de um mês, entre fevereiro e março. Foram percorridos 878 quilômetros —ou um bate-volta de carro ao Rio de Janeiro.

Os endereços foram avaliados por três jurados, em 13 categorias: melhores cinema, sala, projeção, som, programação, bonbonnière, aplicativo, cinema VIP, custo-benefício, acessibilidade, cinema de rua, adaptação à pandemia e o melhor endereço de cada região.

Em todos, o júri visitou a maior e a menor sala, a fim de ter uma avaliação geral do local —com exceção, é claro, dos que têm espaço único. Cada uma delas recebeu notas de 0 a 5. Os complexos com os melhores desempenhos em cada categoria foram eleitos os vencedores delas. Por fim, foi atribuída uma nota final a cada endereço, chegando-se ao melhor cinema da cidade.

Foram levados em consideração pontos como atendimento, conforto, limpeza, acessibilidade, qualidade de imagem e volume do som. Também foram observados o grau de inclinação das poltronas, a facilidade de encontrar o assento escolhido, a condição da tela e sua distância das primeiras fileiras, a temperatura do ar-condicionado, entre outros detalhes.

Na hora de pegar os ingressos, as compras foram feitas na bilheteria, nos terminais de autoatendimento e nos aplicativos. Além disso, a localização das saídas de emergência e dos extintores e as indicações luminosas também foram alvo de avaliação.

Publicada sempre às vésperas do Oscar, o ranking de cinemas do Guia circulou pela primeira vez em fevereiro de 2008, em uma época em que as exibições em película eram a regra, com a projeção digital ainda engatinhando.

A publicação destrinchava as redes e elencava os pontos positivos e negativos de cada uma. Depois, o serviço passou a ser repetido anualmente —até surgirem a pandemia de coronavírus e todos os fechamentos e reaberturas.

Mesmo assim, alguns cinemas continuam temporariamente fechados ainda hoje e ficaram de fora da avaliação deste ano. São eles o Cine Olido, o Cinusp, a Cinemateca, o Matilha Cultural e o IMS Paulista.

Fora esses, fecharam definitivamente as portas na capital o Lapa Centerplex, na região oeste, e o Playarte Plaza Sul, na zona sul, que se somaram às cerca de 300 salas que deixaram de existir no país nos últimos dois anos.

Por outro lado, os paulistanos ganharam outros dois endereços: o Cine Bijou, que foi recuperado após passar 26 anos desativado, e o Cine Marquise, que substituiu o antigo Cinearte, fechado no início de 2020 e agora reformado —inclusive, spoiler, o Marquise apareceu entre os vencedores nesta sua estreia.

A crise trouxe ainda uma série de mudanças aos complexos que seguem abertos. Como ficar enclausurado por uma, duas ou três horas dentro um espaço fechado de poucos metros quadrados deixou de ser um passeio atrativo em tempos de Covid, foi preciso que fossem adotados protocolos de segurança, recomendações de uso de máscara, frascos de álcool em gel e outras novidades.

Por isso, o Guia premiou pela primeira vez o cinema que melhor se adaptou à pandemia. Foram observadas questões como a exigência da comprovação da vacinação, o uso correto de máscaras por funcionários, a higienização, a disponibilização de álcool em gel e as medidas para garantir o distanciamento social.

Quando a avaliação foi feita, ainda era obrigatório em o uso de máscaras nas salas. O fim da exigência da utilização desse item de segurança em espaços fechados, caso dos cinemas, foi decretado há cerca de uma semana, em 17 de março, pelo governador João Doria, do PSDB.

Procuradas, as empresas afirmaram que continuarão recomendando que clientes tenham o equipamento de proteção, mas nenhuma vai barrar a entrada de quem não estiver com ele no rosto.

Outras categorias foram incluídas nesta edição. O prêmio agora também julga a acessibilidade dos endereços, o melhor cinema de rua e, em tempos de crise econômica, aquele que oferece o melhor custo-benefício, equilibrando qualidade das salas e preço baixo do ingresso.

E não foram poucos os tíquetes a preços elevados. As entradas variaram de sessões gratuitas a entradas por até R$ 176, na poltrona lounge do Cinépolis JK Iguatemi, onde cabem duas pessoas.

Aliás, é na zona sul onde está o maior número de cinemas. São 16 atualmente, seguida pela região central, com 15, e pela oeste, com 11 endereços, que tiveram a maior média de salas bem avaliadas e premiadas. É lá também que estão localizados quase metade dos 11 complexos que contam com salas VIPs na cidade.

A zona leste conta com metade das opções da zona sul, com oito complexos. Juntos, eles têm a pior média nas notas. Já a região com menos salas é a norte, que oferece só seis cinemas. A distorção é tão grande que há, por exemplo, mais cinemas na região da avenida Paulista do que em toda a zona norte: são sete endereços concentrados em cerca de três quilômetros.

Quando se fala em preço de ingresso, as zonas leste e norte saem na frente e oferecem uma média de entradas mais baratas, considerando o menor valor entre os tíquetes inteiros, segundo o levantamento da reportagem. Os complexos da primeira cobram valores entre R$ 17 e R$ 30; da segunda, de R$ 14 a R$ 32. A título de comparação, a média do ingresso mais barato na região oeste, que reúne os cinemas mais caros, é de R$ 36.

Saiba quais são os melhores cinemas paulistanos e escolha onde você vai pegar um filminho na próxima vez. Boa sessão.

Nathalia Durval, Ana Elisa Faria e Carlos Carvalho

Erramos: o texto foi alterado

Os cinemas Cinemark Villa Lobos, Espaço Itaú de Cinema Augusta e Cinesesc foram localizados de maneira errada em versão anterior deste texto. O mapa foi corrigido.