A cidade de São Paulo é um paraíso para os cinéfilos: são cerca de 350 salas de cinema só na capital paulista. A maioria delas está concentrada dentro de shoppings, mas na última semana a cidade ganhou um novo endereço para a pequena lista dos cinemas de rua: o Cine Bijou.
Espaço histórico, o Bijou voltou a funcionar na praça Roosevelt após 26 anos fechado. Ele se junta a outros endereços como o Petra Belas Artes e o Cinesesc, que resistem tendo o cinema como atividade principal.
Conheça, a seguir, quais são e a história de cada um.
Cine Bijou
Depois de passar 26 anos fechado, o cinema de rua na praça Roosevelt voltou a funcionar em janeiro deste ano. Rebatizado de Satyros Bijou, o espaço foi recuperado pelos fundadores do grupo de teatro Os Satyros. Inaugurado em 1962, o espaço foi ponto de encontro de movimentos de resistência durante a ditadura militar, exibindo produções consideradas subversivas pelo regime e obras censuradas naquela época. A pequena sala, com 77 lugares, funciona apenas de quinta a domingo e terá programação dedicada ao cinema nacional, além de exibir filmes de arte, debates e apresentações teatrais. Há previsão de exibir estreias do circuito que conversem com a curadoria do espaço.
Pça. Franklin Roosevelt, 172, Consolação, região central, tel. (11) 3255-0994 e (11) 3258-6345. satyros.com.br
Cine Marquise
Localizado dentro do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, o cinema foi inaugurado em 1963 como Cine Rio, e assim como outras salas, trocou de nome e fechou as portas ao longo dos anos. Em 1982, foi batizado de Cinearte, mas ganhou outros nomes e, em 2021, foi reaberto como Cine Marquise. Hoje, conta com duas salas no subsolo do local e um café na entrada, o Cheirin Bão.
Conjunto Nacional - av. Paulista, 2.073, Cerqueira César, região oeste. Instagram @cinemarquise
Cinesala
Cinema de rua de tela única desde 1962, o endereço em Pinheiros segue unindo gerações de cinéfilos ao combinar títulos populares e alternativos, exibidos entre três e cinco sessões diárias. É uma das salas mais confortáveis da lista e conta com oito sofás próximos à tela. No saguão, o Barouche Pipoca serve comidinhas, cafés e drinques. Durante a pandemia, o local –que abriu como Cine Fiammetta nos anos 1960, e ganhou o atual nome em 2014— foi um dos tantos endereços que passou por uma crise no setor e chegou a abrir um financiamento coletivo para custear uma reforma e as despesas causadas pela falta de público no período.
R. Fradique Coutinho, 361, Pinheiros, região oeste. Instagram @cinesala
Cinesesc
Fundado em 1979, este cinema também tem uma única sala e combina preços baixos e programação diferenciada. Por ali, é possível ver estreias de filmes de arte, curadoria de clássicos e mostras de cinema, como a Sesc Melhores Filmes, criada há 48 anos. Mas também há projeção de blockbusters em sessões especiais, além de cursos e debates sobre a área. Para completar, conta com um café no saguão, com salgados, doces e bebidas e um bar dentro da sala —temporariamente fechado devido à pandemia.
R. Augusta, 2.075, Cerqueira César, região oeste, tel. (11) 3087-0500. Instagram @cinesescsp
Itaú Cinemas
A rede tem três unidades na capital paulista, uma delas está instalada na rua Augusta. Abriu as portas em 1993 como Espaço Banco Nacional de Cinema, em um trecho então degradado da rua na região da Paulista, e se tornou um reduto cinéfilo na cidade. Conta com cinco salas, duas delas em um anexo, que ocupa um casarão do outro lado da rua. No amplo e charmoso salão, decorado com pôsteres de filmes, há uma bonbonnière, um café e uma livraria. Tem programação dedicada a filmes do circuito alternativo, produções independentes e longas nacionais.
R. Augusta, 1.475, Consolação, região central. itaucinemas.com.br
Petra Belas Artes
Na esquina da rua da Consolação com a avenida Paulista, é um dos cinemas de rua mais tradicionais de São Paulo e também o mais antigo em funcionamento. Foi criado em 1943 como Cine Ritz e recebeu o nome de Cine Belas Artes em 1967. É conhecido por manter filmes por um longo período em cartaz —o recorde é do longa francês "Medos Privados em Lugares Públicos" (2006), de Alain Resnais, que permaneceu ali por três anos e meio— e pela programação alternativa, que reúne cults e clássicos de diferentes países, com destaque para a produção nacional. Outra atração é o Noitão Belas Artes, evento que projeta filmes madrugada adentro.
R. da Consolação, 2.423, Consolação, região central, tel. (11) 2894-5781. cinebelasartes.com.br
PlayArte Marabá
Inaugurado em 1944, em uma época de grande efervescência do cinema na cidade, é um dos cinemas de rua mais antigos de São Paulo ainda em funcionamento. Está instalado em um imóvel tombado pelo patrimônio histórico no centro da capital, e mantém a arquitetura original do prédio da década de 1940, com mármore nas paredes, pisos de madeira e lustres. Atualmente tem cinco salas administradas pela rede PlayArte. Sua programação destoa dos outros cinemas de rua, dedicados principalmente aos filmes de arte, e exibe os blockbusters do momento e os principais títulos do circuito comercial.
Av. Ipiranga, 757, centro, tel. (11) 5053-6996. playartecinemas.com.br
Reserva Cultural
Foi com a projeção do romance francês "Um Homem, uma Mulher", de Claude Lelouch, que o cinema abriu as portas em 1967, na avenida Paulista, como Cine Gazetinha —apenas em 2005 ganhou o atual nome. Conhecido pelos janelões de vidro que se abrem para a via, o endereço é outro habitual dos cinéfilos e tem quatro salas, uma livraria, um café e um bistrô francês. Também é famoso por sediar eventos de pré-estreias. A programação se dedica a filmes de diferentes países, com títulos independentes e de fora do circuito comercial.
Av. Paulista, 900, Bela Vista, região central, tel. (11) 3287-3529. reservacultural.com.br
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