Saiba como é o Cachorródromo, onde pets bebem cerveja e nadam em piscina gigante em SP

Quem não tem cachorro pode trabalhar em 'cãoworking', cercado por cães dos outros

Labrador em brinquedo do Cachorródromo, na zona norte de São Paulo

Labrador em brinquedo do Cachorródromo, na zona norte de São Paulo Adriano Vizoni/Folhapress

São Paulo

Um lugar que reúne brinquedos, piscina, cerveja, lojas, espaço para fotos, centro de estética e números superlativos —o galpão tem mais de 2.500 m², enquanto a piscina coberta conta com 120 m² e é uma das maiores do mundo indoor destinada aos cães .

Porque, sim, no Cachorródromo toda a equação foi feita para agradar ao público de quatro patas. Instalado na zona norte de São Paulo desde setembro do ano passado, o local é uma espécie de parque coberto ou playground gourmet, mas totalmente dedicado aos cachorros. Lá, seus donos —ou tutores— levam os pets para brincar no que é considerado o maior parque indoor canino da América Latina. Mas humanos também encontram espaço para curtir ou trabalhar entre os animais.

A parte gourmet é porque não basta correr, nadar e distribuir “lambeijos”. Os animais podem ainda tomar um sorvete ou uma cervejinha feitos especialmente para cães, além de passar por procedimentos estéticos no salão de beleza canino, que usa produtos veganos.

Enquanto os animais andam soltos, as pessoas que estiverem por ali podem aproveitar para tomar uma cerveja de gente, comer pastel, churrasco ou açaí e até trabalhar. O espaço tem um "cãoworking", com mesas, tomadas e internet —quem não tem um cachorro também pode trabalhar no local, basta pagar a entrada para passar o dia todo cercado de pets dos outros.

São algumas as modalidades disponíveis de ingresso. Durante a semana, por exemplo, o valor de R$ 20 por cão dá direito a dois humanos de acompanhante por período indeterminado. Para a piscina, paga-se mais R$ 30 por hora —há promoção às quartas, quando as entradas custam R$ 39,90 e dão direito ao mergulho. Além disso, há também o serviço de creche, em que os tutores não acompanham o cão, a partir dos R$ 350.

Aos fins de semana, o convite pula para os R$ 30 por bicho. E é quando o agito acontece. “Nós promovemos encontros de raças aos fins de semana”, conta a proprietária, Karen Fujiwara, de 33 anos. “Também é um jeito de quem tem curiosidade para conhecer determinada raça saber mais sobre ela, ver de perto como é o animal”, diz. Neste sábado, dia 24, o Cachorródromo promove a “invasão dos pugs”.

“Como a gente já estava no meio do caminho para a inauguração, eu falei ‘vamos nessa’”, afirma Fujiwara, sobre a decisão de abrir o empreendimento mesmo durante a pandemia de coronavírus. “Deu certo. Hoje muita gente está vindo atrás da gente”, diz. Em um fim de semana, o local reúne em média 600 animais. Durante a semana, são cerca de 40 por dia.

Embora a pandemia não afete os animais e os cachorros não precisem usar máscara, alguns devem vestir focinheira. As raças pitbull, rottweiller, mastim napolitano, american staffordshire, terrier e derivadas devem usar a proteção. Viralizou meses atrás nas redes sociais o vídeo de um pitbull sem focinheira —mas vestindo uma mochila— que foi barrado no espaço. Além disso, todos os animais devem estar com a vacinação em dia.

Engenheira química de formação, Fujiwara conta que caiu no universo pet depois que uma de suas cadelas, a samoieda Bella, virou uma influencer canina —ela tem 156 mil seguidores no Instagram.

“Como ela tinha muitos seguidores, quis mostrar um outro lado da vida dos cachorros” , diz. Para isso, fez um treinamento para se tornar socializadora de cães-guia. O animal que ela treinava, Hero, porém, se machucou e não pôde ficar com a família da pessoa cega. Mas acabou adotado por Fujiwara e inspirou o projeto do Cachorródromo.

“Tudo bem mimar o bicho, mas, se você pega um cão de uma certa raça, ele tem uma característica. E a gente não pode negar isso para ele”, afirma. Um exemplo que ela dá é o do próprio golden retriever. “Ele é um cão de água, que precisa desse exercício físico. Um passeio no parque não é o suficiente."

Mesmo com tantos cães de grande porte correndo para lá e para cá, o local também atrai os pequeninos. É o caso de Nina, de 16 anos, uma dachshund idosa, que já estava na terceira visita. Embora já não tenha pique para brincar, ela fica ora no cercadinho dedicado aos menores, ora zanzando por aí, enquanto observa os grandões se esbaldarem na piscina.

“Eu gosto porque é um ambiente bem arejado, eles ficam soltos e você sabe que não vão fugir”, conta a tutora, a veterinária Isabella Monare, que costuma levar outros animais para lá. “Venho desde que abriu”, diz.

Cachorródromo

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