Museu da Selfie em SP quer agradar millennials sedentos por turbinar as redes sociais

Com quase 30 cenários 'instagramáveis', espaço em shopping tem ingressos a R$ 60

São Paulo

Na entrada de um espaço no piso térreo do shopping West Plaza, em São Paulo, uma réplica da "Mona Lisa" de Da Vinci encara de volta quem bate os olhos nela. O quadro pendurado serve para indicar que o local é um museu, mas não qualquer um. Em vez de ter as mãos acomodadas no colo, como na versão original exposta no Louvre, em Paris, a mulher sustenta um celular. Ao menos ali, seu enigmático sorriso tão esmiuçado ao longo dos anos tem um outro motivo —a pose para uma selfie.

Essa é a primeira impressão de quem entra no Museu da Selfie, inaugurado no último sábado, 9, e sem data para ser encerrado. Não é a primeira iniciativa do tipo no mundo —também há uma versão em uma cidade da Califórnia, por exemplo—, mas, segundo os organizadores, o espaço é inédito na capital paulista.

Verão de Mona Lisa, de Da Vinci, que fica exposta na entrada do Museu da Selfie, em SP
Verão de Mona Lisa, de Da Vinci, que fica exposta na entrada do Museu da Selfie, em SP - Laura Lewer/Folhapress

Da definição tradicional de museu, no entanto, a atração tem muito pouco. No primeiro corredor, algumas TVs são dedicadas a traçar uma linha do tempo da selfie que começa em 1839, com um autorretrato do americano Robert Cornelius e inclui uma viagem do ex-Beatle George Harrison pela Índia, em 1966.

Também há algumas poucas fotos expostas, como a de uma velhinha e a de um pai com um bebê no colo em uma seção de “selfies mais engraçadas”.

Isso porque a proposta do espaço é, na verdade, agradar millennials e membros da geração Z que querem turbinar suas redes sociais com fotos em cenários diferentes após passarem um bom tempo trancafiados em casa por causa da pandemia.

Nesse sentido, o museu dá bastante material e oferece 27 pontos diferentes para fotografias. São piscinas de bolinhas de emojis, um trono com coroa e um cetro, uma parede com flores falsas, um ambiente de discoteca, um minitrampolim para fotos pulando e até uma padoca paulistana com cardápio na parede.

O local também abusa das luzes neon, com mensagens "instagramáveis" e genéricas como “relaxa”, “good vibes” e “all you need is love”.



Quem estiver disposto a pagar R$ 60 para fazer os cliques poderá contar com a ajuda de monitores para fazer fotos mais caprichadas e até um vestiário para não aparecer com o mesmo look em todas as imagens. Além disso, também é possível desembolsar valores extras para levar um fotógrafo profissional ou reservar uma sala com luzes coloridas para reunir um grupo de amigos.

Por causa da pandemia, os ingressos são vendidos antecipadamente pela internet, e o local funcionará, ao menos por enquanto, com capacidade limitada. Segundo a organização, aglomerações estão proibidas e os visitantes só poderão tirar as máscaras dentro das cabines de foto e por um curto período de tempo.

Se decidir ir ao museu, respeite o distanciamento social, use uma boa máscara e leve álcool em gel. E não esqueça o celular.

Museu da Selfie

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