Pavilhão Japonês reabre no Ibirapuera com espaços acessíveis, café e exposição de bonsais

Local estava fechado desde março por causa da pandemia e volta com novo esquema de visitação

São Paulo

Para saudar a primavera, o Pavilhão Japonês, no parque Ibirapuera, reabre as portas neste sábado, dia 2. O local estava fechado desde março de 2020, por causa da pandemia do coronavírus.

Construído conjuntamente pelo governo japonês e pela comunidade nipo-brasileira, o espaço foi doado a São Paulo em 1954 e é considerado um dos raros pavilhões fora do Japão a preservar as características arquitetônicas dos originais.

O local é administrado pela Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, que visa preservar patrimônios históricos e teve dificuldade para se manter nos últimos meses, já que vive de locações de eventos no espaço que tem no bairro da Liberdade, região central de São Paulo.

“Nós tivemos que nos adaptar e correr atrás de verbas para pagar os funcionários e para a manutenção do espaço”, diz Claudio Kurita, presidente da Comissão de Administração do Pavilhão Japonês. Diante desse cenário, foi lançada a Campanha Amigo em conjunto com o Museu Histórico da Imigração Japonesa, também administrado pela entidade.

Já no aspecto físico, o espaço passou por mudanças. Paralelamente à campanha, o Pavilhão Japonês passou por uma reforma de acessibilidade com recursos da prefeitura. Foram construídas rampas, calçadas, banheiro acessível e elevador.

Além da realização da obra, o período em que o local permaneceu fechado serviu para a administração do local repensar seu funcionamento e ter novas ideias para atrair o público.

Entre as novidades, está um novo café, com chás, doces e comidas típicas, que será inaugurado na reabertura, além de uma loja de presentes com itens de artesanato japonês.

Mesa com doces japoneses
Pavilhão Japonês no Ibirapuera reabre com novo café, onde serão servidos doces e comidas japonesas - Divulgação

Para completar, o local traz, mais uma vez, a exposição “Bonsai – Forma e Tempo”, com curadoria de Agata Takiya. Esta é a maior edição da mostra, que já passou pelo espaço algumas vezes. A exibição reúne mais de 120 exemplares de bonsais no jardim do pavilhão. As plantas são da coleção da empresa especializada Bonsai Kai.

“O bonsai é uma obra de arte natural. Para uma pessoa fazer um bonsai leva anos. Tem que cuidar, dar água, botar no sol, tem que dar forma aos galhos”, conta Kurita. “A gente quer que as pessoas se emocionem, que vejam essas obras de artes naturais e se sintam bem.”

Para o coordenador do espaço, a reabertura, assim como de outro espaços culturais, têm um papel importante nesse período de pandemia. “Tem muita gente, pelo isolamento, e até pelos traumas que ocorreram, com doenças psicológicas. Nós sabemos que espaços culturais são fundamentais para que as pessoas possam ter um momento agradável, ver coisas diferentes”, afirma Kurita. “O Pavilhão Japonês vem pra isso, para poder proporcionar às pessoas alguns minutos de relaxamento”.

Para deixar a experiência mais colorida, um mural assinado pela artista Erica Mizutani foi estampado na parede ao lado do lago de carpas no pavilhão. A pintura, chamada "Santos Maru", representa o navio Kasato Maru, o primeiro a desembarcar no Brasil com imigrantes japoneses, em 1908.

O espaço volta a receber o público com um novo esquema de visitação. Quem quiser visitá-lo, poderá adquirir uma diária —ou seja, com o ingresso será possível sair e entrar no espaço a qualquer momento durante o dia. Além disso, nas quintas-feiras, a entrada se tornou gratuita. “Nós entendemos nosso papel social, que é importante, e queremos proporcionar para os visitantes essa democratização”, conclui Kurita.

PAVILHÃO JAPONÊS E EXPOSIÇÃO 'BONSAI - FORMA E TEMPO'

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